quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Cair no mundo


A vontade é de cair no mundo. Esquecer de quem eu pertenci ou à quem eu pertenço hoje. Sinto uma alegria que não tem explicação pois do nada ela se evapora e só sobram lembranças amargas e frias. Eu sou fria, mais me tornei faz pouco tempo. Porém, a vontade é de voltar no passado e não ter vivido nem um mísero dia daqueles só para ter o prazer de acreditar ainda e para não ter a decepção do saber. Saber como existe gente vulgar no mundo. A vontade é de cair no mundo. Este mundo longe da minha cidade, longe dessas pessoas que segundo Renato Russo não se respeitam. Eu preciso do ar de outros ventos, ventos que sopram longe até do meu país. Quero viver um filme, 'O Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças '. Desejo insistentemente poder voar e esquecer. A vontade que me dá hoje é não montar mais diálogos que nunca irão acontecer, tudo agora acontece dentro de mim. Mais um belo dia se explode e não vai mais existir sombra de uma mísera pessoa. Me deem o prazer de matar a minha vontade, se tudo for justo como dizem, a vontade será matada, assim como eu me matei centenas de vezes.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Admito certos defeitos


Um tempo afastada e estou sem motivos convincentes para me explicar. Tentei arrumar algumas coisas que até agora só andam me destruindo. Feliz por fora e largada por dentro. Como posso ser tão fria na presença das pessoas?! É uma coisa que eu posso explicar, mas quem conhece a minha história e o que eu passei no ano passado entenderia perfeitamente os meus sentimentos. Eu admito não acreditar em mais ninguém, admito não me segurar em nada e muito menos me amarrar à alguma coisa. Nunca mais tirei os pés do chão para nada, nem ao menos para fingir uma paixão. Só que admito essa minha qualidade que para os outros é apenas mais um defeito de uma garota confusa. Não consigo fingir. Fingir para mim é machucar, é preferível dizer o que realmente está acontecendo do que empurrar as coisas com a barriga. Não sei mostrar interesse se não estou e sei mostrar ele quando estou realmente interessada, mas esse interesse não anda bastando para ninguém. Sempre tem uma vírgula antes me lembrando do que pode vir a acontecer. Quero só poder me jogar de cabeça no que me interessa, sem medo de depois enjoar e machucar.

Enjoar talvez não seja a palavra adequada. Mais o que acontece comigo é mais como uma barreira. Um muro de Berlim que me deixou em estado neutro apesar dos conflitos. Sou quase uma Guerra Fria. Sei festejar, sei dar risada ainda. Mais me falta o que eu era antes, eu era uma menininha que dizia para a melhor amiga que trair é a coisa mais horrível que se pode fazer com alguém. Eu sonhava com o príncipe. E sabe com o que eu sonho agora? Com pessoas que machucam, com sentimentos falsos. Tento todos os dias colocar na minha pequena grande cabeça que ninguém é igual a ninguém, mais quem disse que isso penetra nela. Não dá!

E com esse "não dá", não adianta dizer que dá. Para mim é diferente. E admito outra coisa: NÃO GOSTO DISSO, certo? Eu me transformei no que eu abomino. Eu machuco pessoas, eu não gosto de ninguém, eu não sonho com niguém e ultimamente nem consideração por mim ou pelas outras pessoas eu tenho. Me machucar é um problema meu, mas a partir do momento que ganho uma legião de garotos machucados já é uma coisa com que se preocupar. [Não achem isso bonito, ou não pensem que estou me achando por isso, não estou]. Isso anda me machucando e conselhos são banais, pois não dá para ser diferente, com isso eu decidi. Ficar sozinha é talvez o melhor remédio para essa frieza que se instalou.