segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O baile de máscaras

Existe um baile de máscaras dentro de mim. E não há maneira que possa explicar os acasos da minha vida. Ser uma só pessoa está totalmente fora do meu controle hoje. Sou o que me deixo ser após situações embaraçosas e esperadas. Um dia sou rainha, no outro sou sucata. A brincadeira de me fantasiar todos os dias da semana, passando de durona para boba apaixonada não cansa. É inexplicável conseguir entender o que é toda essa bagunça de máscaras. Sou eu, inteira, apaixonada, boba e com o coração mais mole do Brasil. Porém sou a mesma reconstruída, de caco a cristal em minutos e vice e versa. Sou o que há de melhor e pior em mim, e pensando por esse lado não sou tão ruim assim, afinal se me considero feliz hoje é porque coisas boas vieram e eu deixei que viessem e até que acontecessem. Fácil, prático e sem segredos.

Meu baile não permite ensaios, entra na dança quem estiver disposto a ter o que me oferecer. Seja uma bela dança ou até um pedido engraçado. Tudo é válido no salão, vista o seu dia, a sua máscara define quem você é. Fico nessa brincadeira de me procurar entre tantas fantasias e sem me perder no que eu sou, consigo entender o conceito de liberdade. Aquela que encontro dentro de mim e permite que outros vejam além de conversas, histórias e passatempos. Nada nessa dança é de caso pensado, e dança quem sabe sentir os momentos da vida.

Permito tristezas, mágoas e depois recompenso todos com gargalhadas, beijos, abraços e tudo o que tenho direito. Ser uma apaixonada pela vida, e principalmente por determinados homens em especial, não deixa meu coração se quebrar. Eu prefiro deixá-lo por vezes fora da pista de dança, fica apenas eu e minha cabeça no ritmo da música, sem envolver o pior e melhor dos meus órgãos. Sem doações, sem sentimentos que possam vir a machucá-lo danço no compasso da música acompanhada ou não. No entanto quando ele entra na pista consegue arrasar como ninguém, conquista a todos.

O melhor dançarino que conheci está dentro do meu peito, e permitir ele entrar ou não na dança faz com que minha racionalidade possua o que ele precisa, mesmo quando ele surta gritando por energia. Achei por um momento que na troca de máscaras tudo era calculado, mas nunca foi. É tudo observado, sonhado e desejado... o momento de acontecer simplesmente acontece. Basta dançar com o bendito do coração e tudo dá certo. É o meu carnaval, é a minha folia, espero que entendam toda essa festa.

Controlando os batimentos vejo que minha dança anda no ritmo perfeito, e com todos os órgãos no lugar. Controlo batimentos, movimentos sem ao menos perceber, e vou formando passos que encaminham meus sonhos. Não me encontrei atrás de máscaras, só quero dizer que a brincadeira que elas me proporcionam me deixa ser quem sou eu: viva e intensa, mas vestindo cada noite um modelo diferente para conseguir resultados diferentes. Nesse baile a única obrigação é sempre retirar a máscara ao sair, para que o seu eu entre e saia de cara limpa.

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