sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Silêncio



E você diz entre esse silêncio e distância que nós devemos seguir em frente. Que o passado já era, e nós não fazemos mais parte. Eu fico imaginando que com tantas mudanças, talvez pudéssemos ser pessoas novas um para o outro, mais é impossível apagar a história que marcou nossas vidas.

Você diz através desse silêncio que eu não devo ir atrás de você. Você não quer mais uma vez os lamentos e dores que carrego quando o assunto é você. Você diz que está bem, que ficará bem. E eu vou inventando seus dizeres até você um dia dizer alguma coisa.

Crio milhões de histórias em minha cabeça. Um dia, uma hora, eu sei que vai acontecer. Não quero esperar um acidente, uma morte, uma dor maior do que essa. Tanto tempo para perder e você prefere perdê-lo no silêncio, na indiferença. 

Mas aí eu paro para pensar: Por que eu vou querer você mais uma vez? Sofrer de novo, amar de novo, dá muito trabalho entender esse sentimento. Não combina com a nova fase da minha vida. Sucesso no trabalho, sucesso nas amizades, sucesso em ser feliz.

Vou gritando no silêncio, um dia você ouve. Um dia você tenha coragem de acompanhar essa maneira louca que inventei de viver. Quem sabe comemora meus sucessos e eu penso que tudo ficará bem, ou quem sabe você irá passar, despercebido, mais querendo aparecer.
Tudo pode acontecer nessa imensidão de silêncio.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

No colo de outro



E eu tentei pela última vez. Mas não última igual as últimas. Tentei te encontrar, tentei o primeiro contato. Sem retorno, mais uma vez fui ignorada por esse ódio que você sustenta e eu nunca vou entender. Procurei respostas, sinais ou qualquer coisa que pudesse quebrar esse coração de gelo. Inútil. Por isso eu parei de tentar qualquer aproximação. Mas também parei com você, de uma vez por todas. E se é encontrando outra pessoa que me libertarei da sua imagem, é assim que será.


Antes eu fiz promessas, tranquei meu coração. Deixei de chorar, deixei de amar, deixei de me entregar. A vida foi fácil depois dessas decisões. Nunca precisei me entregar ou tentar outra paixão. No começo eu pensava que você era o responsável por essa loucura, depois culpei meu trabalho. Culpei minha felicidade que só era prejudicada quando algum homem entrava na minha vida.


Repito todos os dias as histórias dos 4 homens por quem eu lutaria em minha cabeça. E me lembro como perdi cada um deles para outras pessoas. Perdi uma batalha só minha, e o centro das atenções foi substituído mais rápido do que a minha ideia de bancar a garota "difícil".

Procuro razões para explicar o motivo de tantas tentativas em vão. Dizem que quando cansamos, é a hora de partir. Mas não me canso. Paro, fico quieta por meses e volto à tona com a mesma vontade. Querendo enxergar o outro no escuro, para no final descobrir que na verdade não há mais ninguém comigo.

Por isso venho dizer pela trigésima vez que dei um fim nesta loucura. Já que sozinha e na TPM eu fico procurando respostas que você nunca vai me dar, decidi te esquecer com outro. Isso mesmo! Vou vasculhar o mundo inteiro, mais irei encontrar a próxima vítima desse poço de sentimento que me tornei.

Outro é a solução é recomeçar, e recomeçar, e recomeçar. Quantas bocas, corpos e declarações forem precisos. Te esqueci com a vida, agora além do prazer do trabalho, terei o prazer da procura, a vontade do que outro alguém é capaz de despertar em mim.

Os próximos capítulos podem ser assustadores e até mesmo desesperadores, mais de qualquer forma estou fechando o meu email, sem a esperança de encontrar alguma resposta para as milhões de perguntas que fiz para a sua caixa de entrada. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Construções


E o amor é isso. Começa e acaba. Constrói para depois destruir. Não vejo lógica no amor. Eu enxergo o "para sempre", mas a vida me mostrou da maneira mais cruel que ele não existe. É uma simples história para contar para as suas amigas o quanto você sofreu e aprendeu. Mais, o que realmente aprendemos? Ser forte? Ser fria? Ser cautelosa? Nunca soube escrever sobre o que aprendi.

Passei os últimos anos olhando as pessoas se admirando com a maneira como encarei minhas dores. O que todos se esquecem, é como eu cheguei até aqui. Doeu e me cortou fundo, essa história de "cicatrizar", é apenas mais uma das mentiras para o texto ficar bonito. Nunca cicatriza, e quando sangra dói tanto que você não é capaz de mais nada.

Hoje eu lembrei das minhas dores. Lembrei dos momentos em que meu coração se despedaçou e ninguém soube curá-lo. A dor sempre volta, e com a mesma intensidade.Com o mesmo amor.

Parei de sofrer por mim, agora eu sofro pelo os outros. Se alguém me perguntar o sentido do amor, eu só sei dizer que ele possui prazo de validade. Eu não quero mais viver de vencimentos.

A dor me fez mergulhar em um sono profundo, eu tenho preguiça de amar. Tenho preguiça dessa sentimento corrosivo.

Odeio qualquer pessoa que ofereça a dor do amor. Não é justo chorar por quem se ama. Não é justo chorar por quem se quer. Ninguém constrói uma casa para demolir. Nós mudamos de residência, mais as lembranças continuam a nos perseguir.

Hoje lembrei das histórias que construí e lembrei do esforço para esquecê-las. Acertou o fundo da minha alma, e ainda hoje dói para aceitar, pois infelizmente vivemos de aparências. E a minha aparência é de obrigação com o "esquecimento".

Ou escolho ele ou vou sofrer eternamente por carregar tanto em tão pouco espaço.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Boneca de pano



Sempre tentei atrair os homens pelo o que eu sou, e enquanto houve ingenuidade em mim, parece que tudo era mais fácil do que tentar atrair pelo o que sou hoje. No início era apenas uma bonequinha. Miudinha em seus defeitos e sem o direito de reclamar. Com voz e risada suaves, sempre soube o momento certo para tudo. Para falar, sorrir, olhar, beijar, e etc. Isso atraiu todas as pessoas que eu desejei ter em minha vida. 

O tempo passou e a malícia tomou conta da pessoa que me tornei, e muitos não gostaram. Fui de boneca recatada para boneca moderna. Dessas que repetem as frases, se alimentam e até usam o banheiro. Eu comecei a agir por conta própria e não agradou. Tão fácil ser boba, meiga e inocente. Tão complicado ter opinião, ser forte e escandalosa. 

O que ambas sempre tiveram em comum, é que nunca eu pretendi me guardar para nada ou para alguém. Meu sonho é alto, grita no meu peito, e até mesmo quando eu insisto em ficar em silêncio parece que todos me escutam. Impossível agradar com as emoções a flor da pele. Não perdi o romantismo mais me perdi em alguns conceitos básicos. 

O sexo se tornou assunto comum na roda. Até mesmo quando estou há meses sem praticá-lo. Sou criticada por ser verdadeira. Perdi amigos por não saberem enfrentar minha ousadia. As pessoas gostam mesmo é das inocentes, das que não pensam, ou melhor, das que fingem que não pensam. Eu sempre pensei, só guardava tudo para mim. As pessoas insistem em pisar em quem finge ser bobo, fui pisoteada até aprender que inocência não gera respeito.

E foi quando um furacão entrou na minha vida, derrubando tudo e todos, que me dei conta do tempo que eu estava perdendo colecionando pessoas. Essa sou eu, apenas estava me escondendo e agora compreendo que ser boneca é ser mulher. Essa mania de querer impressionar os homens por algo que não sou não me pertence mais. 

Se alguém me amar eu vou ter certeza de que é amor verdadeiro, pois para aguentar tanto palavrão, tantos pensamentos soltos, tantos sorrisos que escapam mesmo quando a vontade é de chorar, tem que me amar intensamente. Profundamente.

E assim eu fico tentando encantar as pessoas com essa mania besta de ser louca demais, simpática demais, menina demais, feliz demais. Mas no fundo eu descubro que os homens sonham em ver o circo pegar fogo, e o que vale mesmo é corpo, e ele tem que ser muito quente. Tenho fogo, não tenho corpo. E não ligo. Um dia me encontro e encontro o babaca que irá achar graça das pernas brancas e finas que desfilo sorrindo, mesmo que algumas vezes sejam tão frias.