quinta-feira, 28 de abril de 2011

Relatos sobre um caso

Ele chegou com aquele ar que o signo dele não deixava mentir: misterioso como sempre. Chegou, olhou e parecia desvendar todos os meus segredos sem perguntar. Naquele mesmo momento eu percebi que o melhor era me distanciar desse perigo que são garotos com olhares mágicos. Sempre me conquistam e a realidade precisa andar ao meu lado quando estou em sua companhia.

Sou fria pois sei que se demonstrar todo o romantismo que transbordo por dentro será o momento dele atacar. Já vivi isso antes, o melhor sempre foi me preservar. Homens desse tipo são traiçoeiros e calculistas. Tudo com momento certo, e eu nessa pressa de sempre querer falar e agir sem esperar a hora, tive que aprender a dar um passo de cada vez. Ele é alguém que não brinca, mas pode fazer de você a disneylândia se você permitir.

Toda vez que ele me toca eu prefiro não retribuir com a mesma intensidade, porque qualquer movimento é extremamente captado. É uma jogada de mestre, e por ter aprendido muito com outros iguaizinhos à ele, decidi não tomar o mesmo curso, está na hora de fazer diferente, mesmo que os resultados sejam os mesmos.



Assim lá estava eu, parada, sem ao menos tocá-lo, e pela primeira vez não senti necessidade de ficar pensando no que ele estava pensando. Deixei tudo ser levado de acordo com as circuntâncias. Ele com muita experiência para mostrar e eu com pouca segurança no jeito de agir. Vieram as cobranças no modo de ser, nunca mostro o que realmente quero e isso o deixa sem atitudes, o que me prejudica algumas vezes. Mas ele precisa entender o perigo que é, e também o que corre se me fizer apaixonar. 

Ambos não pretendem se machucar, e muito menos levar a sério uma coisa tão casual. A distância de alguns movimentos são precisos e eu não quero me envolver além da pele. Não por enquanto. Está na hora do outro dar o primeiro passo, e fico feliz enquanto não o faz. Afinal, basta qualquer carinho que me derreto toda. E é toda vez assim, ele chega esperando que eu traga toda a minha inocência, e eu já espero a malícia que ele carrega no olhar.

Por ser uma menina perto de tudo o que ele é, não consegui me entregar como mulher, sou uma menininha que ele insiste em tratar com delicadeza, porém eu vejo nos seus olhos que ele sabe que escondo muita coisa, mas o motivo será o segredo absoluto desse caso mais do que casual.

Uma parte nova do que é velho



Eu penso durante todas as horas do meu dia porque comigo é sempre diferente. E diferente no sentido de ser ruim. Vejo carros, empregos, amores, amigos e eu ainda continuo aqui. Parada e sorrindo, afinal o que sei fazer bem é sorrir. E já não quero mais sorrir, quero ser séria como alguém que descobriu a maldade do mundo. Tô com ódio no coração e ele não pode escapar nem quando eu estou sozinha, é a culpa de sentir algo tão horrível por dentro. Não sei mais conversar sobre nada, e não tenho paciência para os amigos. Alguns andam me irritando frequentemente, e nem isso eu posso dizer.

Eu e minha incrível infantilidade, todos me olham com aquele olhar de quem precisa ser cuidada e até sinto olhares de pena, e eu já não quero isso. Sempre quis ser admirada por algo que tenho na vida, e o que tenho? Nada. Na verdade esse 'nada' são aquelas coisinhas que são apenas nossas e você vê a cobiça nos olhos alheios (nesse caso nem sei o que é cobiça). Incrível como eu penso muito e deixo a vida passar, assim como meus pensamentos. Só que esses infelizes vão e voltam com uma intensidade que meu peito começou a rasgar.

É difícil entender a utilidade da minha vida nesse mundo. Odeio tudo o que é preciso gostar para uma pequena sobrevivência, eu penso o tempo todo lá na frente sem ao menos perceber que para ter o que quero é preciso agir agora. Minha vida é um eterno futuro que nunca chega. Acumulei mágoas e não sei o que fazer com elas. Tô naqueles dias em que posso matar sem sentir culpa, o fato é que estou odiando as pessoas por simples detalhes que incrivelmente os outros acham normais e eu não.

Para mim tudo está muito anormal, não quero mais sorrir com a mesma intensidade, não quero beber sempre que coloco os pés para fora de casa, e não quero visitar minha cidade pois vou encontrar idiotas cuidando da vida alheia sem ao menos perceber o que acontece na deles. Eu já não quero mais essa vida. E seria muito prático se pudéssemos trocar como as roupas. Cansei, joga fora e começa de novo. Na vida não tem dessa de começar de novo, tudo sempre vai estar lá. Seus ex-namorados, seus amigos novos e antigos, seus dilemas e sua história. Você não pode simplesmente jogar fora tudo isso, faz parte de você.

E para ser bem sincera, não quero mais ser parte de nada. Quero uma parte nova do que é velho, uma nova vida, e novos sentimentos. É muita informação para o meu coração, ele tá quase infartando de tanto que guardo para mim os absurdos do mundo. Tá complicado viver sem reclamar de tudo e todos.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Paranóia


Sou paranóica, e não tenho dúvidas de que isso afeta toda a minha vida. Sempre a mesma historinha sem graça e com muitas palavras. Levo tudo na brincadeira e evito o inevitável. Bastou ser cobrada pelo o modo distante que as coisas desmoronam. 

A paranóia começa nesse exato momento, qualquer senão é uma explosão nuclear dentro de mim. Nem preciso dizer o quanto eu odeio isso, é óbvio! Odeio essa 'coisa' de se entregar quando na verdade o outro não pensa nisso. Acho injusto cobrar alguém de alguma coisa que nem você pode oferecer. 

Pensando muito nisso (me mutilando para ser mais sincera) digo sempre que aprendi algo, e nunca aprendo nada. Estamos fechadas para os possíveis machucados, e quando algo deixa de acontecer você percebe que o brinquedo ficou velho, não é possível renovar quando o mundo traz sempre novas atrações.

Difícil entender a paranóia, mas se fosse resumir, nós mulheres queremos muito de tudo, e os homens nos dão isso nos primeiros capítulos, depois esquecem de como conquistaram. Tenho muito medo dessas coisas, por isso a maioria dos meus amigos me chamam de 'encalhada' (no sentido de namorar), mas é assim que prefiro, sério.

Sou usada como um brinquedo, e aproveito os minutos de fama para não me sentir tão sozinha, mas prefiro que me deixem onde estou, não quero tirar meus pés do chão se a causa não valer a pena, e normalmente não valem.

Paranóia é pensar vinte e quatro horas porque o celular não toca, porque os compromissos não são feitos na hora marcada, porque as palavras dizem o que não querem dizer, porque compartilha-se algo que vai ser desmacarado mais tarde? E o mais importante, porque não deixar as garotas agirem do mesmo modo que os homens sem serem taxadas de grudentas ou necessitadas? 

Expliquei bem o motivo para nunca me aproximar o suficiente do que os homens me causam? Não faço nada pois só de pensar que um cara está dizendo que sou maluca ou algo parecido me deixa totalmente pirada, como agora por exemplo. Mil vezes ele pensando que sou estranha no jeito de agir, do que a grudenta só porque estou agradando um pouco mais.

FIM!

sábado, 16 de abril de 2011

Segredos, medos e pessoas

Tenho tantos segredos que às vezes eles transbordam pelos cantos, e já não sou dona dos resultados que eles causam. As pessoas tem medo dos segredos que guardo, porque eu faço questão de guardá-los bem no fundinho, mas todo segredo é descoberto um dia e os meus não seriam diferentes. 

Juntando tudo o que está aqui dentro possuo medos, segredos, desejos e outras milhares de coisas. Tudo muito particular, mas são momentos especiais. Os olhares, as carícias, as conversas e principalmente as pessoas são tudo o que está dentro de mim. Cada segredo ou medo tem um nome específico. E com isso descobri algo ruim na minha vida:  Eu vivo para as pessoas.

E vivendo para elas, esqueci de viver para o que eu quero. Será tão difícil entender nas entrelinhas? Não quero ser sincera e muito menos rude, eu não sou assim. Mas eu gostaria de ser compreendida, me sinto sozinha muitas vezes, e do nada já sinto que sou a mais completa. Engraçado querer que me entendam, quando nem eu mesmo consigo. São segredos que se transformam em agonia. Nunca consegui guardar sentimentos ou segredos particulares por muito tempo.

É a necessidade de falar, de sentir que ainda estou viva no outro. Observou como eu sempre falo pensando no outro? Quero não saber quem ele é, nem o que pretende de mim. E esse é mais um segredo que vou guardar, bem lá no fundo, porque esse eu sei que machuca se virar realidade.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Me sinto mal

Me sinto mal. Mal com atitudes que determinaram o que eu quero, e o que eu quero não tem mais opinião. Já sentiu como se o pulmão fosse explodir com tanto a se falar, e palavra alguma podendo emergir? Eu vi olhares que mostraram insatisfação, minha presença foi fortemente recusada. Sem contar todas as conversas que não sei. 

Me sinto mal pensando que por ser muitas vezes boazinha, abusaram da minha vontade. Nem se quer importaram-se com o que eu penso ou se esse tipo de coisa é o que eu queria para a minha vida. Coisas tolas, eu sei. Mas logo nos dias da minha TPM? A coisa ficou marcada. Mágoa dos olhares e decisões das quais nem fiz parte.



Difícil engolir uma mágoa quando se tem sentimento. Estou sendo egoísta, mas gostaria de entender o motivo para tudo isso. No fundo acho que EU fui o motivo, mas porque me excluíram dessa afirmação? Pelo simples fato de não me ferir? Aconteceu o pior, eu coloquei mil coisas na cabeça, não deu tempo nem de respirar, as coisas foram acontecendo e agora eu só posso aceitá-las.

Olhando para o outro lado vejo a infelicidade no olhar, e o pior de tudo, não é do meu olhar que estou falando. Sinto o mundo dentro do peito, quando eu sinto, sei que é. Me engano poucas vezes, mas eu gostaria de estar enganada só dessa vez. Me sinto mal, só isso. Alguém limpa essa sujeira que instalou-se sobre a minha pele, tira esse egoísmo e me faz ficar bem com a situação, obrigada.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Papo 'cabeça'




- Tá na hora de crescer, não acha?
- Mas eu não quero, não desse jeito sério que você quer impor sobre mim.
- Mas você precisa! Não tem mais idade para sonhar com tanta intensidade.
- Não acho que tem que ter idade para sonhar, eu ainda vivo, posso muito bem sonhar do jeito que quiser!
- Por isso se machuca tanto, se me obedecesse saberia o que é não sofrer
- E também o que é não crescer né?
- Você cresceria da mesma forma, é a lei da vida!
- Mas eu vejo que sofrer trouxe uma experiência "a mais", entende?
- Claro que não!! Quem gosta de sofrer nessa vida? Só você mesmo!
- Não disse que gosto, mas que no meu processo foi preciso!
- Qual processo?
- De crescimento ué, não é sobre isso que estamos conversando?
- Você PENSA que cresceu, mas fala do mesmo jeito quando o assunto é amor.
- É porque o amor para mim mudou muito pouco, só isso.
- Queria te fazer entender que não quero e nem devo te proibir de sonhar, mas você faz muito por pouco.
- Pelo menos alguém faz alguma coisa nessa vida, ao invés de me trazer arrependimento igual você faz.
- Não venha me julgar, eu tento te proteger de você mesma! E pensando assim, quem faz algo por você?
- Eu. Não preciso que ninguém faça nada por mim
- Mas você quer, eu te conheço melhor que você mesma!
- Quem disse?
- Eu! E você sabe disso, seu problema é que age com impulsos, se conversasse mais comigo, as coisas seriam diferentes.
- Eu não teria nem metade do que vivi se escutasse todas as vezes você!
- Tenta entender que eu quero seu bem, como todos lá fora!
- Eu sofri e estou bem, porque você vê problema nisso?
- Porque agora todos nós vivemos com um escudo, para te proteger do caos.
- Falou tudo, o "caos" me fez crescer. Olha pra mim, não estou diferente?
- Cresceu de tanto que te bateram na cara! Presta atenção nos detalhes, se evitasse encontros e impulsos cresceria de uma forma mais feliz.
- Ei! Eu sou feliz!
- Então porque suplica por amor?
- Porque eu ainda tenho esperanças, coisa que você não tem!
- Você tem sentimentos demais, isso sim!
- E qual o problema de ser assim?
- Você pensa que está bem, você pensa que pode sonhar e quando a realidade vem, fica chorando pelos cantos.
- Não entendo você, eu quero uma busca, quero uma história, e como nas novelas é preciso um pouco de drama!
- Sua vida não é novela, cansei de enxugar suas lágrimas!
- Ora, não faça! Não pedi que ninguém fizesse isso por mim! E outra coisa você enxuga elas como? Única coisa que senti de você até hoje é peso das coisas que já fiz.
- Pois é, e nem por isso me agradeceu, ao contrário, repetiu todas as burradas! Para de sonhar alto!
- Eu tento, mas eu sou assim... e você manda pouco aqui, sinto muito.
- Eu que sinto, não aguento mais ver você assim, vá sorrir de verdade.
- Eu vou é encontrar a verdade! Isso sim...
- Impossível, ela não existe, e você já tentou uma vez, viver uma vida imaginária não é crescer.
- Chega! Eu não vou te seguir, eu quero aprender com meus erros! 
- Então fica aí assistindo a novela da sua vida, enquanto pessoas dão risada de você!
- Me deixa, quero ficar sozinha.
- Você nunca está sozinha, me desculpa.
- Mas eu posso sentir que estou por um momento? Me deixa em paz 'Razão'.
- Eu nunca te abandono, fico sempre aqui para te mostrar tudo o que você não quer ver. 
- Por favor, você sabe do que preciso, me dá um pouco de silêncio?
- Tudo bem, mas vê se para de tomar ilusões que não te levam a nada! 
- Tá! Tchau.
- Tchau, até em breve, afinal você nunca consegue ficar sem mim. Vai lá atrás do seu coração e faz ele de tapete mais uma vez.
- Ainda não foi?!

terça-feira, 12 de abril de 2011

O que está por dentro



Quando uma garota como eu, que beija por beijar, se interessa por qualquer carinho feito na inocência, fala sobre amor porém enche a cara e fala mil besteiras diz que sonha em casar, ficam impressionados. Ninguém acredita que eu espero o homem que vai me tirar da área de conforto e dizer o quanto eu sou importante e por isso pretende passar o resto dos dias comigo.

Posso agir como uma louca que não quer mais saber de nada, mas no fundo eu quero saber de tudo. Do meu futuro, como vou entrar na igreja e quem estará lá por mim, chorando e sorrindo. Eu tenho sonhos de menina que brinca de boneca, e escondo eles até que me perguntem. São olhares assustados quando digo que rezo todos os dias, que peço a Deus que minha vida seja um conto de fadas com final feliz.

Ficam com medo de quem eu realmente sou, a garota ou a mulher, me mostro com tantos jeitos que deixo dúvidas sobre minha malícia. Eu sei que posso gritar aos quatro ventos o quanto eu posso ser forte e viver muito bem sozinha, mas no fundo eu suplico por um amor de cinema, alguém que vai querer me ver todos os dias abrindo os olhos do seu lado. Minha alma veio vestida de branco, é inevitável.

Afinal, sou frágil por dentro e sonho como se estivesse no jardim de infância, sem medo dos machucados. O escudo que uso é facilmente desarmado, porém ninguém repara. Parece que ando em plena multidão como se nada fosse me deter, olhos atentos para um possível encontro. Felizmente, posso dizer que eu sonho com o casamento, desejo o "para sempre" e imploro para que tudo o que vivo seja verdadeiro quando acontecer. É o desejo de amar.