quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Me desculpe por ser burra


Sou uma burra, assumo. Desde que me conheço por gente não sou de ir atrás. Gosto de sofrer no silêncio e vivo loucas paixões apenas nos textos, filmes e séries. Sou muito burra, já sei. Burra por não perceber o que você estava esperando de mim.
Mas fique sabendo que não fiz por falta de vontade. Fiz por orgulho, fiz por um passado que judiou, mas você não tem culpa do que vivi, isso é verdade. Meu descaso foi porque naquela noite você desenhou uma linha entre nós. Era possível atravessá-la, mas era impossível conquistá-la. Poxa, você deixou isso tão claro que me escondi nessa casca da qual você reclama tanto agora.
Deixei que pensasse que não estou na sua. Deixei que um buraco cheio de piadinhas e ciúmes bobos nos invadisse a alma e sem nenhuma palavra começamos a desvendar o que queríamos. Para mim, você é o confuso. Para você, eu sou a relaxada. Não sei qual a sua vontade, mas a minha é relaxar ao seu lado e não com essa história. Gostaria que tivesse me conhecido quando eu conseguia ir para o ataque ao invés de viver na defensiva. Seria divertido.
Mas assumo que a minha burrice chega a ser engraçada. Fico te olhando chegar pelas beiradas, tentando me pegar pelo braço, para ver se acordo dessa ignorância em que vivo, e ao mesmo tempo você se assusta quando retribuo o carinho que quer me dar. E para ser bem sincera, desta parte eu não gosto e por isso te chamo de confuso.
Fui burra em deixar você pensar o contrário do que quero. Esse lance de ser difícil não era para mim, mas as coisas complicaram por aqui. Você não tem culpa, ok?! É que tenho um medo absurdo de me machucar. Mas dias atrás você disse coisas que me fizeram pensar tanto. Sou uma burra, assumo.
Então me deixa mostrar o que sou sem essa burrice, esse muro, essa rede que impede de ir atrás do meu sorriso. Minha burrice se confundiu com excesso de amor próprio e virei auto suficiente para tudo. Inclusive para você. Um dia disseram que eu deveria bastar, e você sabe como sou. Interpretei ao pé da letra, desculpa.
Mas hoje estou retirando essa máscara. Então você promete que não vai correr com medo? Promete que fica por aqui só para admirar as minhas vontades, meus sonhos, meus planos? Tudo bem se não quiser ficar, entendo. Poucos aguentam e por isso vivo nessa torre alta sem direito a espiadinha pela janela.
Ahhhh... Lá estou eu sendo auto suficiente de novo. Me perdoa pela burrice.
Quero me despir como você nunca viu. Será que é tarde demais? Ok, respeito suas vontades. Apenas estou falando de ser quem sou e de você ser quem é. Vamos parar por aqui com as confusões e com o orgulho bobo. Tanta coisa nos aproximando e nós continuamos a fingir que nada acontece. Chegou a hora de curtir!
Então vem aqui, me dá aquele abraço que você ficou devendo no último sábado e entende de uma vez por todas que sou menina de coração mole. Esquece essa casca que criei porque ela foi só uma proteção contra nós. E agora, cansei de ser contra você.
Chega de burrices. Sou a favor do nosso sorriso, da nossa dança, dos nossos gritos... De felicidade, claro!
- Jana Escremin

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