segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Fala muito e dá merda



Levo diversas broncas e uma delas é porque não consigo ficar em silêncio. Sempre tenho que falar, dramatizar, expandir minha alegria ou raiva para algum lugar do mundo, e sempre acreditei que é assim que as coisas deveriam ser. Não gostaria de guardar para mim uma faísca de algo bom quando eu posso compartilhar com o mundo e me sentir um pouco melhor. É uma delícia poder dizer às pessoas o tamanho da sua felicidade. Mas agora isso se tornou um fardo que começa a pesar.

Levei bronca, por que segundo outras pessoas, essa mania de falar, gritar e querer compartilhar das minhas conquistas só me afundam. Por isso nada dá certo, por isso sempre que estou perto de algo que almejei ela se vai, e eu nunca consigo explicar o motivo para não durar. No começo eu não acreditei, achei que o lance de inveja ou olho gordo acontecesse com pessoas fracas, comigo não. Porém com o tempo as coisas começaram a dar muito errado. Aparecia um pontinho de felicidade e pronto, já havia se acabado antes mesmo de começar. A arma do sucesso é o silêncio, agora eu entendo. 

Falei muito, falei dos meus sonhos e quis compartilhar com as pessoas que eu amo esse caminho de felicidade que estava para se cumprir, e adivinhem? Não se cumpriu. Engraçado que quando eu não acreditava nessa possibilidade fiquei inventando milhões de respostas para o que deu errado, e nada vinha como resposta. Tomei mais uma bronca. Deveria parar de contar minhas futuras conquistas até que estivessem realmente conquistadas. O mundo mesmo sem querer conspira contra felicidades exageradas. Não sei de onde vem, não sei como vem, não entendo por que felicidade precisa ser guardada, mas agora não quero arriscar.

Meus sonhos, meu futuro, meu passado, tudo se prende e não sei ao certo o motivo, mais sei que pode ser isso e eu não quero mais perder os "quase" que vieram e não se concretizaram. Agora é tudo no silêncio, vou comemorar no meu quarto notícias, esperar o momento certo, esperar as coisas acontecerem. Vou guardar a felicidade aqui dentro e deixar que ela exploda no meu peito. Quero logo que algo saia do ponto de partida e esteja afim de jogar comigo, porque cansei de jogos que nunca começam enquanto eu já estou comemorando. 

Desculpa mundo, mais não vou levar bronca pela felicidade gritada, agora vou ser feliz se tudo se tornar real.

Sem idade para amar

Lá vem minha mãe de novo dizendo como eu sou nova para o amor, como eu sofro sem necessidade e por que insisto em viver desse passado que dói e ninguém percebe. Ela deu para dizer que não tenho idade o suficiente para saber o significado do amor, mais se nem mesmo na internet eu encontro algum que faça sentido como ela poderia saber? Ela diz que depois de tudo o que fizemos um para o outro isso não é amor, é outra coisa. Não entendo, para mim sempre vai ser amor. Então não seria necessário idade quando eu sei que o que eu sinto é puro amor, que não sei mais se vou sentir por outra pessoa esse sentimento que dói e ao mesmo tempo traz alegria. Eu sou PhD em amor e seus derivados, mais minha mãe sempre vem para me questionar e diz que não tenho idade para amar. Esse papo de que sou nova e outros vão aparecer eu até acredito por que já passei por isso, mais eram tão momentâneos que não sentia a complexidade desse sentimento, mais e agora? Como eu faço com esse amor que durou quase dois anos e agora duram dois anos de solidão? Desculpa, mais se isso não for amor então eu realmente sou uma louca que não entende o mundo  em que vivemos. Logo ela que já me viu chorar, já atendeu meus telefonemas pedindo socorro para que tudo isso fosse embora. Minha mãe sempre me enxergou como alguém apaixonada e talvez seja por isso que não leva a sério meus sentimentos. Tudo bem, ninguém leva mesmo, são apenas palavras. Isso não é escola, não preciso aprender como todos que o amor vai e volta com formas e maneiras diferentes, o amor para mim sempre vai ser aquele rosto de criança, aqueles olhos de homem, aquele abraço de namorado, aquele carinho de quem me quis bem. O amor sempre vai ser ele, e pode vir outros pois nunca vou saber se será amor, já que o amor puro eu experimentei uma vez e sinto dificuldade em dá-lo a outra pessoa. Ele foi tomado de mim e permanece no coração daquele que não me olha nos olhos. Minha mãe pode estar certa sobre muitas coisas e pode querer me fazer sentir bem com seus conselhos de mão protetora, mas ela sabe que o que sinto é amor, ela sabe que no final tudo voltará para ele, que o tempo passa mais alguns sentimentos permanecem.

Palavras com amor

Eu não devo ser tão ruim com as palavras e meus sentimentos não devem ser tão tolos para serem deixados de lado em um rascunho qualquer. Repara nessas pessoas, olha para esse mundo, olha essa dor. Todos observam, alguns acham graça outros um grande exagero, mais foi essa dor que me fez escrever tantas palavras, e com ela é que eu enxergo algo de bom em mim. Sou boa com as palavras, e mesmo se não for, agora já é tarde demais. Me encheram de elogios, compreensões e até mesmo de pena. Nunca quis nada disso, mais são nas horas difíceis que devemos tirar algo bom e eu juro que estou tentando, não foi ontem que comecei essa luta incansável e não é agora que vou desistir dela. Minhas palavras devem servir de consolo a alguém que não sei nome, cor ou música favorita, mas ela precisa atingir algum coração mais sortudo que o meu. Alguém para sentir dó dessa alma que se lava e ao mesmo tempo se suja com um amor solitário. Está frio aqui dentro e nada além de algumas palavras fazem sentido agora. Me acostumei a escrever, me acostumei a deixar tudo em folhas separadas, os meus sentimentos se tornaram público, minha alma foi exposta, meu coração dilacerado. Ontem mesmo eu pensei que não iria mais conseguir escrever e que tal coisa estivesse barrando a minha vida de ser cem por cento feliz, mais nenhuma palavra consegue ficar calada, nenhum dedo consegue não se movimentar para expressar cada centímetro dessa dor. Quem já experimentou a solidão sabe do que estou falando. Estar sozinha não é o problema, porém ficar sozinha com minhas atitudes são marcas que nunca mais vou apagar. Arrependimento, solidão, falta de amor, desespero. Tudo isso em um só corpo, não sei como sobrevivi a tal sensação. Descobri que além de boa com palavras tenho um ótimo coração. Tudo o que passei, tudo o que aguentei, tudo o que ainda trago no peito está do mesmo jeito  daquele quatro de janeiro, tudo está intacto. Oscilei diversas vezes, jurei não amar, jurei não chorar, mais agora não faz sentido se tudo se tornou incontrolável. Eu escrevo, eu choro, eu encaro, eu faço tudo o que está ao meu alcance já que batalhar para ter ele de volta não é mais possível. Nós nos acostumamos com a dor, com o tempo e com essas feridas. Me acostumei com essas pessoas olhando meu rosto e tentando desvendar o nível do meu sentimento. Não sei qual é o maior deles, mais se estiver interessado, o nível é o mais alto ainda e já não quero mais lutar para não ser. As pessoas mudam seus amores  como se fossem roupas velhas, e eu fico aqui guardando meus entulhos, guardando esses casacos que só me trazem lembranças doloridas. Acho que gosto disso, me torna diferente desse pessoal fútil que ama da boca para fora.  Hoje dizem "eu te amo" para um na esquina, e amanhã estão apaixonados por outro rosto, por outra história. Eu gosto da minha história, eu não troco de roupa fácil, me apeguei naquele homem cujo rosto todos conhecem, cuja boca todas experimentaram. Não sinto vergonha em assumir esse amor, não sinto medo ao escrever essas palavras por que o que é bonito em mim é que eu assumo, é esse amor que não é mais meu, mais que sempre vai estar comigo e não é qualquer um que vai roubar esse posto. Então me deixem escrever, deixem-me com minhas palavras tristes, com meu coração solitário, com meu romance barato e inacabado. Dizem que sou boa com as palavras, então deixem-me escrever já que é a única maneira que consigo arrancar elogios dessa história toda de amor que eu inventei e não sei quando vou parar.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

E mais um ano

E mais uma vez em meu pensamento vou te desejando aquele abraço e tudo o que existe de bom no mundo. Lógico que sempre será assim, um pensamento positivo e mais nada, já me acostumei. Dessa vez meus parabéns é por tudo o que você se tornou, você sabe que as bocas alheias gostam de falar de você para mim, também me acostumei com isso, e elas começaram a me dizer como você está  mais maduro e que agora entende coisas que antes não faziam sentido. Um orgulho para mim, mesmo longe. Vou ser breve e te dizer que tudo o que você pensa sobre mim não faz sentido, ao contrário dessa mania de achar que eu te quero mal eu sempre vou te querer bem. Longe, perto, onde você estiver tudo o que sempre quis era te ver feliz, com o tempo eu me acostumei e percebi que a vida é isso mesmo. Então fica com um simples desejo de felicidades, você sempre mereceu.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Nunca vou entender


Eu me pego pensando em um monte de besteiras. Não posso ficar sozinha que minha cabeça ferve com muitas histórias que nunca vão acontecer. Talvez o motivo das surpresas não chegarem até a mim seja que eu já as imagino e não seria mais surpresa se eu esperar algo que já elaborei em meus pensamentos. Compreendem? Essa mania de planejar minha vida não desgruda da minha pele, é a todo momento, fico imagino diálogos, encontros, pessoas imaginárias e tantas outras coisas que está complicado aparecer algo diferente. Ando esperando demais do mundo e como já o imagino ele não me surpreende mais. Sou uma grande tola que sempre quis uma intervenção e quando tinha nas mãos o poder do "limite" jogou fora como papel na lata de lixo. Que idiotice. Tantas coisas no caminho e agora só me restam dúvidas. O que não aconteceu, o que poderia acontecer e o que eu fiz. Sem ajuda eu fui colocando pregos na minha cama, muros nas minhas lembranças e cinco minutos de conversa é tudo o que você precisa para conhecer o amor da minha vida e como eu ainda sofro por ele. Já aceitei que vou rodar pelo mundo e todos vão saber quem é o cara que me faz chorar em um show de pagode em pleno carnaval. E o grande detalhe é que ele não estava comigo, não falou comigo e muito menos olhou para mim. Só chorei porque aquelas letras pareciam facas que machucavam meu coração. A dúvida me assombra, pois não entendo até quando vou ficar nessa paixão, até quando vou parar de imaginar uma reconciliação? Não sei e na altura do campeonato ninguém mais arrisca fichas em mim. Eu perdi, eu ganhei, eu batalhei, eu desisti, eu chorei, eu sorri... Caramba quanta coisa eu já fiz por uma pessoa só, e em troca não tive nada, ou melhor, tive o desprezo e o pouco caso com o sentimento que ainda arde em meu peito. No final das contas está tudo bem, eu ainda estou aqui. Viva e forte, guardando esse meu ponto fraco que no momento me virou as costas, e então não existe muita coisa que possa me atingir. Esse peito é de ferro, pode até queimar mais ele aguenta.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mistério


No primeiro segundo não senti nada, levei um susto como qualquer outra pessoa poderia ter levado. Observei muito e me certifiquei que dessa vez alguma coisa havia mudado em você. Foi o olhar que mudou. Aquela preocupação de quem já fomos não existia mais nos seus olhos. Eu era só uma estranha que te encarava, e você não fazia mais questão da minha presença na sua vida. Só que no começo eu pensei que iria querer pular de um penhasco, me jogar e nunca mais ser feliz de novo quando te olhasse amando outra pessoa, só que tristeza dá e passa. Sempre foi assim. Aprendi mais uma vez a ser forte, ser dura comigo e coloquei na cabeça que o certo é isso e ponto final. Eu aqui, você lá. Separados por infinitos motivos e não importa mais de quem é a culpa já que todos nós fomos responsáveis pela morte de um sentimento que em mim ainda arde. Não consegui esconder meu rosto quando te olhei. E olhei mesmo! Encarei porque era tudo o que eu poderia fazer. Falar, tocar, sorrir, beijar, acenar, nada disso é possível então eu olhei, desfilei inúmeras vezes do seu lado só para decorar mais uma vez seu rosto, seu jeito, seu modo de me ignorar por completo. Teve momentos em que olhei, desviei e quando te procurei você não estava mais lá. Demoravam alguns minutos até que meu olhar encontrasse o seu. Tive a certeza que nosso tempo já foi, que nossa história nunca será a mesma e que você realmente é capaz de amar outra pessoa facilmente. Na verdade nunca tive dúvidas das suas palavras, sempre tão certas, sempre tão frias. Quando me disse que para você o amor vinha e ia muito fácil não pensei que fosse assim. Eu posso ser triste, dramática, te amar mesmo depois de tudo e também sei que te fiz passar por momentos que só nós sabemos e vice e versa, mas eu sei que você é e continua sendo o único para mim. Um dia será minha vez de te esquecer, tenho medo desse dia mais não suplico por ele pois aprendi a gostar de você assim. Gostar de você de longe, no meu pensamento, nos meus sonhos, nas minhas lembranças e principalmente gosto de você sendo feliz. Eu te vi sorrir e olhar para outra pessoa como você fazia comigo, e não fiquei triste. Estou entendendo que você é como eu, só que tem seu privilégio. O privilégio do desapego. No final esse mistério do sentimento que carrego não faço mais questão de descobrir, o que eu sei é que eu gosto realmente de você, me arrependo por ter te deixado tão facilmente, mais comecei a compreender que você é como eu. Somos fortes com os tombos da vida, amamos incondicionalmente e mesmo que o outro nos machuque, nós sempre vamos querer ter por perto aqueles que nos trazem um sorriso no rosto.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Influência de terceiros



Doida, má influência, bêbada, boca aberta e muitos outros adjetivos. Algumas coisas me incomodam e muito nesse mundo de hipocrisia! Além de cabeça fraca, as pessoas gostam de julgar sem ao menos conhecer a essência. A mudança que mais vem me incomodando nos últimos meses são aquelas pessoas que por causa de um novo relacionamento ou por causa de uma atitude que foi mal calculada passam a falar mal de você ou concordar com coisas que elas sabem que não funcionam como todos pensam. Até entendo que todos mudaram e isso faz parte do nosso cotidiano, mas não entendo o que os sentimentos de amizade tem a ver com isso.  Sei que algumas pessoas se afastam por causa de quem eu me tornei. Estou mais insana, sem inocência, gosto de festas, bebidas e garotos. Acredito que sou uma garota normal, não sou? Não vejo problema em ser assim e até aprendi a gostar do conjunto, porém ver certos indivíduos que não me conhecem e me julgam somente com a intenção de interceptar as pessoas que amo para que vão longe do meu círculo “perigoso” está me tirando do sério. Não é apenas um caso, são dois, três. Fiquei pensando que eu devo ser muito diferente das pessoas que eu amo, pois quando eu estava na situação delas nunca coloquei ninguém em terceiro plano, mais cada um tem uma maneira de agir e o amor tem a mania de me sacanear. Mesmo quando não sou eu quem estou cega de paixão. Ele não só me afasta das pessoas que eu amo, como também faz a cabeça delas contra mim. Sinto uma raiva que não deveria, mais ao mesmo tempo esse amor me faz entender que talvez seja difícil mesmo aceitar o meu novo eu.  Eu sei que aqui nas minhas costas existem inúmeras críticas de parceiros que não entendem como alguém como eu consegui cativar tantos amigos, e essa nuvem de sujeira que eles deixam pendurada quando viro as costas embaçam a visão das pessoas que amo. Está complicado escrever sobre esse sentimento de hipocrisia. Se não gosta de mim o problema não é meu, mais não interfira nos meus relacionamentos pessoais. Se a pessoa que você escolheu para amar gosta(va) de mim então é mais do que compreensível que algo de bom existe dentro do meu peito apesar de todas as loucuras. No entanto, eu que já lutei por inúmeras causas emocionais não me esforço mais para ter essas pessoas por perto, afinal se o amor que existia for grande assim ninguém irá falar mal de mim e se calar. Quem cala, consente, nunca se esqueçam disso. O que dói hoje é que de tantas opções que o mundo te deu você quis silenciar e concordar com argumentos tão óbvios para meninas da minha idade. Então que seja assim, não vou me importar quando quem deveria me defender também não se importa.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Saudade da madrugada

Sinto uma vontade enorme de te ligar e saber como você está. Queria muito ver você sorrindo como todas as vezes que eu entrava no seu carro. Pouco tempo, pouca história. No entanto eu ainda sinto saudades. Não sei por que tive que deixá-lo ir embora. Estava sozinha, quem devia alguma explicação era você, eu nunca me importei. Éramos sempre nós dois, um filme, risadas e depois acontecia o que deveria acontecer, sempre! Porque diabos eu tinha que ser a garota certinha que ficou machucada? As coisas estavam fáceis demais. Você vindo atrás, eu aceitando e nós dois passando a madrugada juntos por não ter nada melhor para fazer. Quero tanto outra vez, mais parece que seus pedidos de me encontrar se cansaram depois de tantos “nãos”. Isso é para eu aprender que nem sempre devo deixar algo bom ir embora mesmo que algumas atitudes suas ainda me doem. Suas costas, sua boca, seu sorriso e seu jeito de me olhar, tudo isso me arrepia só de lembrar, e você nem liga. Talvez a vida seja isso mesmo, você me usou, eu te usei e nada mais. Muitas vezes precisamos de uma válvula de escape para nos sentirmos vivos, você era a minha. Eu na minha solidão e você com seu relacionamento de mil anos. Estava tão claro que nós dois só precisávamos sair da rotina e inventar uma história qualquer da madrugada. O melhor de tudo é que me divertia com você, quantas histórias você contava e parecia sentir prazer ao me contar todas elas. Quantas piadas, quantas coisas idiotas nós já compartilhamos. Creio que a única coisa em comum que tivemos um dia foi o bom humor. Minha maior preocupação com você é que não sei se fui diferente das outras amantes que você já teve, no fundo eu gostaria de ser. Um dia quem sabe a gente se reencontra por aí, ou quem sabe podemos lembrar um do outro com sorriso no rosto. Eu errei quando coloquei sentimento e você errou quando mentiu sem necessidade. Se o que nos mantinha perto um do outro era a vontade de algo novo, porque colocamos cobrança em cima dessa história? Porque simplesmente não nos conectamos apenas para atender nossas necessidades e nada mais? Não entendo o motivo para ter excluído da minha vida alguém que me via como eu o via. Simples, prático, moderno. Nessa história de querer bancar a santa eu perdi você, perdi a minha distração de noites bem dormidas. Perdi as inúmeras ligações e mensagens no celular. Pelo jeito eu fui a única que perdi algo. Mas seja o que for sempre vou lembrar de você com um sorriso no rosto e com a esperança de que a qualquer dia vamos sentar, abrir nossas latas de cerveja, jogar conversa fora e quem sabe cumprir o pacto da madrugada, do contrário só de estar por perto já seria uma grande conquista.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Meu hábito

Olá, adeus, olá, adeus.


E fui me afastando de tudo o que não me fazia bem. Tchau amor. Tchau roupa velha. Tchau amigos que não valorizam o sentimento. Fui tirando um por um. A limpeza foi tão profunda que quase me retirei. Deixei de lado a felicidade e peguei o hábito de dizer adeus a qualquer coisa que me dê medo. Adeus possíveis amores, adeus possível felicidade. Quando tudo estava limpo não sobrava mais nada para questionar, nada para me deter. Mas faltou, faltou um guarda roupa cheio de histórias, eu escondi todas na última gaveta e prometi só retirá-las quando estiver preparada para o terror das linhas que ali me construíram. Eu menti para mim mesma. A única limpeza profunda que fiz foi da alma, reavaliei onde estava e onde quero chegar, onde meus pensamentos pararam e onde eles precisam começar. Foi uma viagem sem volta, uma viagem que nenhum LSD pôde causar na minha mente. Tudo estava em calma. Estou no início do jogo, pronta para começar e dessa vez não tenho medo das inúmeras casas que preciso percorrer. É cara limpa, cara dura, sou o rosto de quem cansou das mesmas peças. Aí comecei a falar olá para tudo o que estava em frente. Olá amigos, olá paixão, olá felicidade, olá vida nova, mais uma vez. Essa mania de me despedir e voltar é talvez o pior dos meus defeitos, porém é com essa mania que muitos ficam para trás e outros se seguram junto comigo. Nessa loucura de tentar encontrar o que sai e o que entra, optei por deixar a porta aberta. Deus há de cuidar do que precisa ficar e do que precisa sair. Minhas fichas agora são todas aleatórias, sem regras, sem medo.  Quando sentir que a bagunça está fora de controle, eu começo outra faxina.

Nos últimos dias


Nos últimos dias eu tentei desaparecer, me escondi, tentei fugir dos problemas e das coisas que deixei para trás. Não consegui. Tudo o que consegui foi segurar uma pontada de desapontamento com pessoas, lugares e situações. Não foi agradável mais mostrou muitas coisas, um olhar mais clínico para a minha vida. Parei com manias que não me faziam bem. Sei que a vida não está das melhores, mais ela é a minha vida e preciso fazer algo por ela que tenha sentido. Dizem que um pensamento positivo basta para desencadear o processo de felicidade. Então já sei qual o primeiro passo a tomar. Fui ali ser feliz e não quero ter prazo de validade.

Garotas-boas


Ouvi algo interessante da boca de um cara que deveria ter levado um soco quando resolveu falar. Ele quer uma namorada, mas acha difícil encontrar uma que seja “boa”. Até esse ponto eu não enxerguei nenhum problema, porém fiquei em dúvida do que seria uma “garota-boa”. Em qual categoria de espécie dos humanos se encontra essa que está em extinção? Lógico que isso são palavras do cara que implorava por alguém digna de namorá-lo. Enquanto o silêncio reinava, eu consegui perceber que ele e as outras pessoas da roda pensavam a mesma coisa: O que é essa bendita espécie de “garota-boa”? Onde se encontra e porque hoje não existem mais. Ok, tudo isso pode parecer um texto feminista ou qualquer coisa do gênero, mais não é. Homens reclamam da falta de mulher para namorar no mercado, mais não entendem que eles também estão em falta. Falta olhar, perceber, respeitar e principalmente querer um relacionamento com compromisso. Mulheres gostam dessa coisa de detalhes, de ser diferente  do bando.  Eu penso que isso que vemos como relacionamento hoje em dia é só uma nova forma de estar com alguém. Devemos saber diferenciar "compromisso" de "estar junto". É uma palavra que une as pessoas, não duas. Garotas-boas e homens-bons estão espalhados por aí, falta perceber e valorizar, é fácil "estar junto", quero ver estar compromissado com o amor, compromissado com alguém que te dá medo por saber que será feliz ao lado dela ou dele. 

Tudo isso são só algumas observações dos motivos das garotas-boas serem extintas do mundo (ou melhor, do seu mundo) e logo você vai compreender onde quero chegar.  No entanto, após o silêncio das perguntas mentais vencerem a roda de amigos, o cara, que quer uma garota-boa, soltou a resposta do seu conceito de “garota-boa”. Foi dizendo calmamente que um amigo em comum tem uma namorada que faz de tudo para ele. Limpa, passa, cozinha, empresta o carro e chora para o pai quando precisa fazer um favor para o namorado que não está ao seu alcance. "Ela é perfeita", disse o cara. E já ia me esquecendo da melhor qualidade dessa espécie, elas não reclamam, não questionam, não se perguntam por que doam tanto de si no relacionamento. Até aí é óbvio que é o amor, o amor cego, o amor que compartilha, o amor que orienta. 

Eu entendo tudo isso, porque já fui assim e não reclamo. Eu era boa com todos, e ouvia constantemente profecias de onde essa bondade poderia me levar. Eu ia apanhar muito na cara até aprender que o mundo é dos espertos e não dos bonzinhos. Mas eu estava amando e por isso me dediquei, me esforcei para ser uma garota-boa para o homem da minha vida. Só que me revoltou na conversa mole desse cara quando percebi que o que a  maioria dos homens querem é uma empregada que possua um pouco de puta, é a mistura ideal do amor, do conforto e do prazer. A minha vontade era dizer em alto e bom som para esse cara: “Queridinho, isso não existe mais”. E não existe por incontáveis motivos. Homens, sociedade, mulheres, inveja, sacanagem, intervenção de outros. ESSA garota-boa já era, entendeu? Ela se foi por não encontrar sentido em tanto sentimento jogado fora, tudo acaba, tudo se transforma, e dói mudar de uma hora para a outra. Mutação é para quem pode, não para quem quer. Ninguém quer se dar por completo sem receber nada em troca, ou melhor, ninguém quer se doar com todos os medos da “não reciprocidade”, nem mesmo uma garota-boa. É um perigo viver amando, é preciso muita coragem para ser julgado e não se importar. Estamos vivendo em um mundo egoísta, ninguém se abre até que o outro balance a bandeira branca. Quem já passou por algo parecido, sabe como é difícil erguer essa bandeira. Uma cegueira se instala, o outro te ama pelo o que você faz e se acostuma com a vida fácil que você dá para ele. 

Tornei-me dura por ter me doado tanto, tinha orgulho de quem eu era, da menina inocente e sensata, que dava bronca na irmã por tamanhas maluquices. Hoje eu sou tão parecida com ela que me auto critico por saber que a minha espécie evoluiu, e hoje entendo todas as outras que julgava quando ainda tinha inocência de criança, elas também tiveram que evoluir pelos diversos motivos que a dor nos traz. A vida é dura com as garotas-boas. É pedra em cima de pedra, não perdemos a essência, mais ganhamos o medo. Medo do desconhecido, medo de tudo o que já nos passou a perna. Esse ciclo se torna cada vez mais perigoso à medida que você o completa. Seja viva, morta, rastejando ou pegando migalhas pelo chão. O conceito de garotas-boas não é ser escrava do amor, não é ser escrava de outra pessoa ou ser pisada por amigos, namorados, ficantes, desconhecidos ou quem quer que seja! O conceito de garota-boa é passar por tudo isso sendo você mesmo, é conseguir ainda acreditar nas pessoas, acreditar que um dia o conto de fadas vai se tornar real, é fazer diferença com o que se é e não construir outro alguém. É ser uma rainha má quando for preciso, é agir com cautela e esperar pacientemente a vida te mostrar que vale a pena ser vivida. Ser uma garota-boa é atravessar o ciclo vicioso da vida e gritar: “Eu sobrevivi de alma limpa”


Todos somos corrompidos durante a vida, mais cada um determina o que fazer com tantos buracos. Talvez ser admirada por quem você se tornou após tantas trapaças é um orgulho que poucos experimentam, não se tornar doméstica do amor depois que se aprendeu a lição é conhecer o significado desse sentimento tão complexo. Posso não ser mais aquela garota-boa de antigamente, ou a que o cara do começo da história quer para viver sua vida, mais ainda sou uma garota-boa, só ando prevenida dos sustos e armadilhas que a vida me deu. Agora eu sei que tudo na vida tem um motivo e um preço. E ele é o único na vida que  impulsiona e faz acreditar em tudo o que nos decepcionou, porém de formas diferentes: A FORÇA é o segredo. Esse é o único objetivo que se vale a pena lutar, tem que ser forte para encarar. Garotas-boas não perdem a fé, nunca.

É preciso ser forte para manter sua essência, mesmo quando o “olhar” já não é o mesmo.
Sejam garotas-boas, sejam garotas espertas. Tem tanta coisa escrita nas entrelinhas.