domingo, 31 de julho de 2011

O encontro



Foi estranho quando ela encontrou com ele. Não ficou triste, apenas fingiu com o sorriso mais verdadeiro que acabou. Ela passou como se nada tivesse acontecido, e realmente agora nada acontecia. Ele olhou nos olhos dela, mas desvendá-lo parece impossível, tão inconstante, tão estranho. A situação é diferente dos outros encontros. Cada um no seu lado, sem sentirem nada. 

Ela começa a descobrir o poder da beleza. E ele como sempre bonito, mas com a insegurança de um menino perdido. Sem pedir nada em troca, agora ninguém se importava se ela já o amou e vice e versa. Não existe mais nada além do conhecido. Eles não são mais o centro das atenções, e mesmo assim é estranho. Ninguém se importou das coisas terem seguido o rumo que seguiram. Estava tudo normal, na mais devida ordem.

Outras pessoas aparecem na vida dos dois, arrastam com seus corações, transformam a distância mais longa do que se pode imaginar. Quem diria que aquela história que todos acompanharam virou isso. Virou nada, só restos de lembranças que nem valem a pena serem recordadas. Ela conseguiu colocar fim ao amor devastador, e ganhou até alguns quilos. Ele continuou fingindo ao mundo a fortaleza que é.

Podemos tirar a conclusão que festas não serão mais problemas. O relacionamento é desconhecido. Apagou-se da lembrança o ódio e o amor, e ambos não veem problema com pontos finais, isso foi essencial para a continuação da vida, afinal ainda há muito o que se viver. 

quinta-feira, 28 de julho de 2011


Eu falo muito comigo, e falo muito para mim coisas que outras pessoas deveriam ouvir. De tanto ensaiar roteiros, perdi a hora de atuar. No meu palco só eu na platéia, assistindo o horror de ser abandonada mais uma vez pelos meus sonhos. Seria um sucesso de bilheteria se os sapos que engulo fossem soltos como ficam na minha cabeça, mas nada é como eu quero, ponto.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Menina boba



Todos os dias sinto uma raiva absurda de mim. Cara de menina, voz de menina, atitudes de menina. A sempre e verdadeira menina boba. Me diz quem nesse mundo louco dá valor a alguém assim! Ninguém quer saber de uma menina com vinte anos que sonha o tempo inteiro. Escrevendo textos sobre amor, postando fotos de tudo o que vê pela frente e não tendo a vergonha de ser assim. Ou melhor, não sabendo ser diferente.

Dá raiva só de pensar que se fosse cinco por cento mais adulta conseguiria tudo e todos. Porém não é assim, eu insisto nessa idiotice de filmes e destino. É história de chorar tentar querer ser aquela por quem ele vai procurar por todas as horas, não conseguir atingir esse objetivo me deixa sempre com o sentimento de inutilidade. Sou uma menina boba, e lembro disso sempre nesses momentos em que quero abraçar, dizer coisas bonitas, ser especial e vejo que isso não faz diferença nenhuma em alguém que já se considera adulto perto da menina boba.

Na minha vida a história de que tudo muda é mentira. Nada muda, ninguém especial aparece. Talvez eu não mereça tanto, e não saiba o que fazer com o resto. Mas é de restos que estou sobrevivendo, dos meus restos é que crio quem eu sou. Já não quero ser assim. Cadê aquele que vai ver a mulher, observar o que ninguém vê. Afinal, é assim que acontece com o amor. Você olha os pequenos detalhes e identifica neles o que você quer.

Ninguém me quer. Não esperam nada de mim, a não ser aquele carinho de menina boba que eu insisto sem perceber. Façam cessar toda essa bagunça dentro da minha cabeça. Eu estou aqui como mulher no corpo de menina, e a culpa é da genética somada a educação. Sou alguém que ainda acredita na mudança e no além. Além de do rosto e jeito de menina, sou mulher. 

Será que se você observar esses detalhes pode ficar comigo? Ou não é essa a resposta para você ser assim, tão distante. Estou procurando respostas, tudo seria fácil se naquele encontro você tivesse me dado elas sem pudor algum de me magoar ou alegrar quem sabe! Ainda tenho esperanças, dê valor ao novo. Estou pronta para isso, faça acontecer.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Quem diria...

Quem diria que eu era capaz de te esquecer, nem mesmo eu apostava as fichas nesse resultado. Superei expectativas e muito mais que isso, agora eu sei sorrir sem pensar em você. Sei viver sem você, porque antes meu bem estava difícil seguir os dias sem a sua companhia. Agora tudo está limpo. Tá, eu assumo que ainda sofro, é a lei da minha vida, porém são por amores estranhos e passageiros. Dói ainda saber do que fomos, mas parece tão normal. Você mal sabe o escândalo que meus olhos faziam ao lembrar de você. Agora foi embora, tudo!

E quem diria que eu fosse te esquecer, sem querer devolução ou até uma justificativa. É o tempo, o sacana desse misterioso companheiro dos apaixonados prometeu e cumpriu. Te mandou embora aos quarenta e cinco do segundo tempo, e fez aquele gol que toda torcida gosta de ver. Assim como você nunca se importou com minhas palavras, eu escrevo elas bem claramente para as curiosas de plantão. 

Te admiro por um lado, estar ao meu lado trouxe a você alguém diferente, e vice e versa. Realmente relacionamentos são aprendizados. Durando ou não agora você é um capítulo importante na minha vida, porém esquecido em uma gaveta qualquer. Sabe aquele sorriso quando comecei a gostar de você? Está de volta do jeitinho que você conheceu, mas o foco não é você. Agora já foi, e quem diria.

Se me contassem desse futuro, eu bateria o pé (você sabe como eu sou teimosa) e diria à pessoa como ela é mentirosa, no entanto agora vendo o resultado da nossa história eu entendo que não duraria. Aceito o fato que a paixão é coisa louca, as coisas vão e vem e você tão delicado tentou me explicar isso diversas vezes, eu nunca quis te ouvir. Mas agora entendo, quem diria que um dia eu fosse te entender.

Assim o tempo trouxe vitalidade a uma garota que antes mal poderia ouvir seu nome. Parei de te procurar nos bares, homens e objetos. Passou como você disse que iria passar, eu quem prolonguei essa dor, que agora se transformou em felicidade. O importante é que sei que te amei, mas agora já foi, quem diria.

domingo, 17 de julho de 2011

Desistindo mais uma vez

Aqui estou eu, desistindo mais uma vez de tentar algo para ser feliz com outra pessoa. De todas as opções do mundo eu sou a única que nunca é a perfeita. Desisto de tentar entender e compreender tantos defeitos em alguém especialmente bonito. Frustração não chega nem aos pés do sentimento que toma meu peito todos os dias quando acordo e penso no que é a minha vida e porque você entrou nela.

Sou um grande step em forma de garota, sou alguém sem espaço para preencher, ou até posso ser, mas são minutos que nada trazem de bom ao meu inútil coração. Era tão certo, tão estranho, tão simples e você complicou tudo, igualzinho todos os homens por quem eu sinto um apreço. É trágico ouvir mentiras e acreditar nelas, pois para você não existe algo melhor a se fazer.

Essa menina tem cara de quinze anos, mas ela tem vinte e precisa ser tratada devidamente. Basta ser boa depois das onze horas da noite, quero ser boa em todas as horas do seu dia e isso não é possível. Alguém já tem você e não entendo se é por completo ou apenas a parte mais importante do seu coração. Porque não eu? Aquela que faz sorrir e chorar e não reclama se você quiser ficar comigo a noite toda.

Desisto de tentar algo que não começou, é preciso amor próprio mais uma vez. Tampar esse buraquinho enquanto ele é minúsculo. Parar de pensar e seguir em frente, afinal sabemos que logo ali posso encontrar outro igualzinho ou tão melhor que você. A escolha foi feita, pena que não foram pelas minhas mãos. Tá tudo certo, eu sobrevivo a mais uma queda.

Logo agora que estava começando a gostar do seu sorriso, suas costas e suas conversas. Logo agora que estava ficando interessante, o seu passado tomou conta de você e me deixou sem futuro com alguém especialmente bonito. É isso que acontece com quem se previne muito. Foi prático se divertir comigo, mas agora vou ali me recolher dessa ferida que você abriu e nem ao menos fez questão de olhar ou se desculpar. 

O coração tá aberto, explodindo de raiva e amor, mas você não está aqui para experimentar o que é ser amado por mim. Vai lá para o seu passado e esqueça que eu tenho um número de celular ou até um nome, estou desistindo de você e das suas escolhas.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Como colocar ponto final ao que nunca começou?

Dói demais assumir que aquele cara que você conheceu a alguns meses foi embora, ou melhor, você o expulsou da sua vida com tão pouco tempo de uso. Dói sentir que a usada foi você e nada resta a fazer, apenas acenar e dizer tchau. Esse simples ato foi suficiente para o coração mais uma vez se desmanchar em ilusões. Não era nada sério, mas ficou quando aquele cara resolveu bancar o "conquistador barato".

Você foi esquartejada por alguém até então sem importância, mas que agora doaria seus órgãos para ter algum significado na vida dele. Que cara é esse que chega, te pega, te mima e está com outra? Outra essa que mal sabe das lindas mensagens que você recebeu. Será que dói nela também? E é justo ser tratada como opção por um cara que está a alguns meses na sua vida?

Tantas perguntas, tantos lamentos  e ele está ali olhando da vidraça para você, que pediu para deixá-la em paz, pensando em algo que faça sentido. Porém o sentido é muito simples, ele escolheu alguém diferente de você, e você ficou a mercê da solidão mais uma vez. Uma garota linda, simpática e engraçada aos olhos dele, mas que somente entre quatro paredes serviu.

O mundo é justo com você, da mesma forma que veio fácil, foi fácil e é assim que vai ser. Você está aí dolorida enquanto ele te olha de longe, pensando porque com você tudo é sempre tão intenso, ruim e momentâneo. A vida nunca te explica os "porques", ela só vai mostrando a realidade crua e nua. 

E ver toda essa história acabar é força para uma eternidade, porém você não quer mais ser forte, só deseja que essas dores não aconteçam mais, não quer mais essa dor que invade e machuca tanto alguém tão nova para amar e se enganar.