O peixe fora d'água

Me sinto um peixinho fora d'água. O que tem de errado é que deveria me sentir um tubarão, uma baleia (não, obrigada!), algo mais forte e mais que um peixe dentro d'água. Não querendo ofender os peixinhos, mais peixe é peixe! Tubarão coloca medo, baleia é uma coisa tão grande e não é discriminada por ser gorda daquele jeito...é da natureza dela. E agora fica a pergunta: Cadê a minha natureza? Já sofreu todos os sintomas do aquecimento global e virou pó? Talvez não. Ainda é cedo, sou um peixinho novo em um mundo novo.

Até meu signo é Peixes, sou sonhadora, tímida e esperançosa, você não têm idéia do quanto sou! Quero tudo, quero uma vida perfeita e imagino ela hoje de um jeito que não passava pela minha cabeça quando tinha 13 anos de idade. Tenho fome de desejos realizados e ainda me sinto decepcionada com aquele antigo desejo que não realizei e nunca vou realizar. Na verdade são dois hoje, mais um me incomoda mais. Eles têm o mesmo objetivo, a mesma felicidade que eu busco. Mais lêem isso muito bem: EU BUSCO e mais ninguém.

Sabe o nome "Opostos Perfeitos"? É um filme que eu vi um pedaço e não gostei, porém é o que sempre esperei. Esperei meu oposto, alguém diferente de mim, para ser sincera sempre busquei um Seth Cohen em cada garoto e ainda busco, a busca é tão infinita quanto o meu desejo mais antigo. Não gosto de iguais, lógico que isso não inclui a minha irmã gêmea, minha mãe que se parece comigo, a minha amiga que se parece comigo também. Quero um Oposto Perfeito. A diferença.

Voltando para a realidade que eu não tenho, talvez nunca vou ter. O que eu posso ou devo fazer? Na TPM como hoje eu choro, vejo filme e passo intermináveis horas pensando em cada detalhe dos meus sonhos, e principalmente do meu passado. Mas, sem a TPM sou mais centrada, mais pé no chão, ou quase no chão, afinal nunca penso com os pés no chão, burrice talvez.

Ontem por exemplo, vi uma estrela cadente. Quanto tempo eu não via uma, e sempre que via uma estrela cadente não me lembrava de fazer o pedido, ou nem via ela com tanta nitidez igual a de ontem. Mais ela mexeu comigo de verdade, o pedido foi algo que não darei pistas muito menos sobre o que foi, mais eu fecho os olhos e ainda vejo ela vermelha com a ponta terminando em laranja, e seu ponto mais brilhante prateado, o último momento, quando ela some no espaço levando com ela o meu desejo para onde for, eu lembro dos detalhes.

Quando deitei tive um sonho tão real que mexeu comigo hoje o dia inteiro e até agora, ele tem ligação com a estrela, e foi um sonho onde matei uma breve... segredo! Até aqui eu não posso dizer realmente o que matei nesse sonho. Estou tão firme, tão forte, centrada e pensando para frente sem olhar o atrás que já não sei mais se me pertenço, sinto que não sou mais eu que mando em mim, porém não é uma nova Janaina. Muito menos outro alguém. Alguma coisa tá me deixando fora do eixo e esse eixo ainda não se manisfestou como bom ou ruim, não é parecido com nada. A única certeza é que não me pertenço mais.

Sou eu quando não deveria ser. Fiz algo errado e escrevendo o texto eu percebi o que foi. Sempre me permiti a tudo de bom e ruim. Gastava horas me permitindo quando estava sozinha a expressar sentimentos. Sim, eu sempre fui aquela personagem louca de filme, novela e etc que quando está sozinha e feliz sorri, canta, abre os braços, fecha os olhos...já fiz muito isso. Ou quando está triste chora rios de lágrimas, escuta as músicas mais depressivas, encosta no chão do banheiro, se olha no espelho derrotada e até se permite a alguns murros em si mesma. Este foi meu erro. Pulei uma etapa do meu capítulo, aquele que dizia como me senti, o que eu fiz e como me recuperei para me permitir a novas emoções como as que eu descrevi no "Se permita escolher".

Tudo naquele texto é verdade, mais faltou um texto antes dele...e agora o que faltou ser expressado se tornou um vazio imenso, que está me torturando e me roubando aos poucos. Assim é como eu me sinto, fora d'água totalmente, quase morrendo esgotada pela falta de água. Espero que entendam as metáforas, estou vivendo uma ditadura entre o que eu sou e o que estou fazendo hoje, e seria difícil ser mais expressiva que isso.