quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Idas e vindas

Ela andava mais do que seus passos eram capazes de contar. Seus pés pediam socorro da sua vida. Eles precisam de um rumo e ela não sabe mais se quer dar isso a eles, ela encontrou um jeito mais simples de seguir seu caminho. Caminhar virou um hábito sem motivo, era a todo momento para cima e para baixo, seus pés não podiam parar, pois isso fazia sua cabeça funcionar, e ela só funciona para pensar em suas carências.

O jeito mais prático de viver era andar e esperar as coisas virem ao seu encontro, decidiu que deste momento em diante ela ia apenas pensar em coisas importantes. Meninos não fazem mais parte desse plano. Ela quer uma nova emoção, cria histórias na sua cabeça durante sua caminhada, mas nada disso sai da teoria. Antes ela sentia que poderia morrer com essa situação, hoje ela se sente viva por pensar que a única solução mesmo é imaginar e nada mais.

Ela encontrou outras formas para sorrir, ela sempre sorriu e não era agora que iria jogar a toalha para aqueles que tanto desejam sua queda. Afinal, quantas quedas é preciso ter para conseguir firmar os pés no chão frio ou quente e saber que isso é a coisa certa a se fazer. Teve que levar muitos tapas na cara vendo fotos e sabendo de recordações doloridas, mas agora isso não faz mais parte dela. Nem saudade sabia se sentia. O sentimento era estranho e ela está tentando dar nome a ele enquanto corre com os pés no chão.

Chega de voar para além do que seu coração deseja. Agora tudo é mais simples, é tudo no chão, passo por passo, e se algo der errado ela vai saber e se sentir mais confiante. Se não deu, oras não deu. E se der ela vai com a maior calma do mundo tentar abraçar o mundo, mas com tantas proteções que ela não sabe mais se isso é realmente certo. Pois é, sua caminhada mudou o curso, mas ela ainda é confusa, como aquela menina que acreditava que tinha o príncipe e descobriu a bruxa rindo das suas aventuras que foram tão importantes. A questão é fácil, vivê-la que é difícil.

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