terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Maré alta

A maré está alta, mas hoje me sinto baixa. Não é como se o mundo fosse injusto, mas ele é obrigatoriamente aceitável. Os últimos dias têm sido como viver em uma montanha russa. Rostos novos, promessas novas, inseguranças novas. Vejo o que quero, mas hesito em buscar. Existe um momento na nossa vida em que tudo muda. Não quero perder o momento e deixo as chances escaparem como areia na minha mão. Sei que estou lá e me esforço tanto para ser natural, mas esqueço que sou o que sou. Tímida, enferrujada e cheia de diálogos secretos. O meu natural se esconde e tem medo dessa maré alta. Só me sinto baixa, pois quero tudo e quero agora. Travei na maior chance da minha vida de mudar o rumo do meu coração. Sou silêncio demais quando quero algo, e não acho que isso é possível no mundo das pessoas normais. Não sei falar, pedir ou reivindicar os meus desejos com pressa. Espero a atitude do outro lado me dizer o que fazer e sinto como se diminuísse a cada vez que agi por medo de ser feliz. Minhas contradições ameaçam as oportunidades, e eu espero para acontecer de novo e fazer a coisa certa. O mundo girou, mas eu ainda sou a menina que tenta impressionar seus desejos e esconde-se atrás de uma timidez desnecessária.

- Jana Escremin

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