Mania idiota de se apaixonar por qualquer carinha estranho que circula pela rua. Em todos os lugares eu procuro aquele que nunca vi na vida, que seja estranho e mais ninguém vê beleza. Desde sempre eu fui assim. Me apaixonando por carinhas que nem reparam que eu estou ficando obcecada. E a corrida pelo "nada" começa. Eu vasculho tudo o que posso, como um gato no lixo eu procuro vestígios de nomes, gostos, e o mais importante: uma forma de saber que existo. Todas as vezes eu repito essa história de amor platônico. Não me canso de sentir algo, que não é necessariamente amor, por alguém que nunca vai me conhecer. Em alguns casos eu consigo realizar o sonho de beijá-los ou apenas conhecer, mas nunca passa desse limite. Qual é o problema com os amores platônicos? Um dia devem sair da sua área de conforto e quem sabe se transformar em amor mesmo. Mas quem garante que isso será bom. A graça sempre foi descobrir quem é, o que gosta e etc. Muitas vezes penso se esses amores são a forma que encontrei para me encantar sem machucar. O problema é que existe milhões de problemas e nunca nada 'novo'. É simples: eu o vejo, ele me vê. A história fica assim por pelo menos um ano, entre olhares que não sei se ele olha porque estou olhando, ou se olha porque repara em mim! Tremenda confusão, e ninguém nota quando nossos olhares se cruzam. Faço desses momentos um romance breve e único, onde possui significado apenas para mim. No entanto o segundo passo sempre foi através de internet, que sempre me dá o que quero, ao mesmo instante em que tira de mim a ilusão do romance de verdade. Tudo sempre foi e sempre será um amor platônico. Cá estou eu, mais uma vez encantada por alguém que não me conhece, mas me olha. É mais um carinha estranho, que ninguém acha bonito, mas eu já imagino uma história com ele, e isso basta para meu exercício diário de paixão.
2 comentários:
Hoje li certo trecho de um texto do Gabito Nunes, do @carascomoeu:
"Um amor que aconteceu, mas não foi ocupado. Os amores mais bonitos são aqueles que nunca foram usados."
Amor platônico é isso: bonito, às vezes arrebatador. Mas, quem sabe, melhor ainda quando não acontece. :)
Muito bonito o seu texto. me fez voltar no tempo... Parabens!!!
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