terça-feira, 3 de maio de 2011

Platônico pode até ser



Mania idiota de se apaixonar por qualquer carinha estranho que circula pela rua. Em todos os lugares eu procuro aquele que nunca vi na vida, que seja estranho e mais ninguém vê beleza. Desde sempre eu fui assim. Me apaixonando por carinhas que nem reparam que eu estou ficando obcecada. E a corrida pelo "nada" começa. Eu vasculho tudo o que posso, como um gato no lixo eu procuro vestígios de nomes, gostos, e o mais importante: uma forma de saber que existo. Todas as vezes eu repito essa história de amor platônico. Não me canso de sentir algo, que não é necessariamente amor, por alguém que nunca vai me conhecer. Em alguns casos eu consigo realizar o sonho de beijá-los ou apenas conhecer, mas nunca passa desse limite. Qual é o problema com os amores platônicos? Um dia devem sair da sua área de conforto e quem sabe se transformar em amor mesmo. Mas quem garante que isso será bom. A graça sempre foi descobrir quem é, o que gosta e etc. Muitas vezes penso se esses amores são a forma que encontrei para me encantar sem machucar. O problema é que existe milhões de problemas e nunca nada 'novo'. É simples: eu o vejo, ele me vê. A história fica assim por pelo menos um ano, entre olhares que não sei se ele olha porque estou olhando, ou se olha porque repara em mim! Tremenda confusão, e ninguém nota quando nossos olhares se cruzam. Faço desses momentos um romance breve e único, onde possui significado apenas para mim. No entanto o segundo passo sempre foi através de internet, que sempre me dá o que quero, ao mesmo instante em que tira de mim a ilusão do romance de verdade. Tudo sempre foi e sempre será um amor platônico. Cá estou eu, mais uma vez encantada por alguém que não me conhece, mas me olha. É mais um carinha estranho, que ninguém acha bonito, mas eu já imagino uma história com ele, e isso basta para meu exercício diário de paixão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Hoje li certo trecho de um texto do Gabito Nunes, do @carascomoeu:
"Um amor que aconteceu, mas não foi ocupado. Os amores mais bonitos são aqueles que nunca foram usados."

Amor platônico é isso: bonito, às vezes arrebatador. Mas, quem sabe, melhor ainda quando não acontece. :)

Blog da Cassialita disse...

Muito bonito o seu texto. me fez voltar no tempo... Parabens!!!