Longos anos se passaram. Muitas pessoas
caminharam e eu estive fugindo da maior busca que o ser humano pode ter.
Eu busco amor, busco alegria, busco alguém para querer a presença, o
corpo e acima de tudo, a alma. Estar apaixonada não vem com
manual de instrução ou com uma capa de invisibilidade como eu costumava
pensar. Não existem disfarces, só acontece simples e leva um medo que
não sabemos lidar, mas levamos. Eu levo um sorriso bobo e um carinho que
até ontem estava preso esperando por amores que nunca vieram. Sou uma
contradição amorosa. Falo na lata e tenho um sentimento mais fino que
papel. Talvez isso explique todos os medos e as palavras que solto ao
mundo. Mesmo quando o tempo fechou, o coração travou e eu virei as
costas para toda e qualquer manifestação de carinho sempre senti o peso
de carregar no peito um sentimento maior do que eu. Agora olho no
espelho e quase consigo ver os batimentos do meu coração através da
blusa. É um tic e tac involuntário, os meus batimentos são de amor. Amor
correspondido, amor bandido, amor medroso. O tempo passou mas agora
acordar com o olhar apaixonado trouxe um peso maior para o coração que
carrego. A vontade é gritar para o mundo, extrair esse coração e
pendurar como prêmio por ser conquistado por alguém tão diferente de
mim. Posso dizer que é amor, posso dizer que estou com um medo
engraçado. O sol está brilhando mais forte ou é só aqui que esquentou? A
minha busca apertou o restart e já encontrou a felicidade. Gostar não é
mais um bicho de sete cabeças.
- Jana Escremin
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