quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Luta de gigantes



Olha o mundo acabando e você sem forças para lutar contra. Somente levanta a cabeça e diz: "O que tiver que ser, será". Como se estivesse pronta para mais uma batalha, sua cabeça dura. Você já quer levantar a bandeira branca e começa a questionar o motivo da sua vida precisar ser uma batalha sempre. As coisas eram calmas, agora tudo parecia luta. Lutar contra o tempo, contra a vontade, contra as pessoas. Você luta a vida inteira para expor cicatrizes que não queria, foram coisas que você nunca previu.

Aí você senta e começa a pensar que a vida, obrigatoriamente, tem que lhe dar a chance de revidar. Se quando era pequena, uma das primeiras coisas que aprendeu foi a lei do "bateu, levou", porque agora, nesse instante você só apanha? São tantos pensamentos, que a única coisa que te salva é o seu signo dizendo "hoje o dia está bom para alguma coisa". Mais e o resto? Você procura respostas, que talvez nem existam. Porém você estudou filosofia, e aprendeu que tudo tem uma resposta, mesmo que seja a construção de outra pergunta.

Já com a fumaça saindo pelos ouvidos de tanto raciocinar, você emplaca um sucesso melodramático. Você e os diálogos que nunca aconteceram. As oportunidades que você perdeu, afinal você é campeã em perde-las. Ninguém mais aguenta seu blá-blá-blá de idiotices. E aí você aprende a ouvir, suga para você os problemas e as soluções alheias. É tão fácil dar conselho né, difícil é vivenciá-los. Você se tranca em um cômodo, e dá valor ao que acontece na vida de outras pessoas.

A luta sempre tem seu intervalo, e nesse vai e vem de corre, bate, xinga, chora, sofre e levanta você descobre pessoas na platéia. Até então nada existia, uma luta silenciosa, sem testemunhas. Sempre foi você com você mesmo, odiava decepcionar quem quer que fosse. Todos estavam lá esperando você ganhar, afinal você merece depois de tantos ponta pés secretos. No entanto todos esperam você ser você. E você não bate, não xinga, não faz nada que esteja fora da sua índole.

Você senta no banquinho, tira as luvas, coloca o óculos, pega um caderno e começa a rabiscar. Sua luta sempre acaba com um nocaute das letras que vão saindo sem pensar dessa cabeça confusa que você carrega para cima e para baixo. A cabeça erguida é a sua marca registrada, para o que quer que seja.

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