terça-feira, 16 de março de 2010

Parabéns


O tempo é algo inexplicável. Nascemos tão pequenos, em todos os sentidos. Frágeis como se qualquer toque fosse capaz de quebrar o nosso corpo. Aprendemos que para começar a andar é preciso se apoiar em estantes, mesas, cadeiras, pessoas. Para falar é preciso prestar atenção no que sai da boca do outro. Ahh, se pudessemos apenas escutar e aprender a falar o que nos fará crescer, mais é preciso ouvir xingamentos, palavrões... Faz parte do show de cada um.


Somos crianças eternamentes, e isso é mais do que comprovado. Não desistimos nunca. O ser humano tem quase 100 anos de vida, e com estes 100 anos vem bilhões de histórias. Cada um tem a sua. Eu tenho a minha.


Eu nasci e logo de cara veio outra igualzinha. Fizemos minha mãe desmaiar no parto, afinal ela esperava apenas uma criança do sexo masculino. Aí surgiu duas garotinhas, ao mesmo tempo. É preciso ter garra. Logo depois eu aprendi que a mulher de cabelos enormes, eu iria chamar de mãe. Uma outra garotinha, 4 anos mais velha, seria a minha terceira (ou melhor, a primeira né!) irmã.


Conheci um homem grande, branco, de orelhas grandes também. Esse eu decidi chamar de pai. Com o tempo eu descobri que ele trabalhava em um banco. E chegava todo dia as seis horas da tarde. Peguei um costume, quando a porta se abria eu corria em sua direção, gritando e pulava no colo dele, que me abraçava com toda a força, e que força ein!


O tempo foi passando e eu fui perdendo coisas que me eram essenciais. Pai, inocência... A dor de não saber o que é não ter atingiu. Mas pera aí, eu sempre tive tudo, e agora quer dizer que não vou ter mais a presença do meu pai? É isso ai, a vida não é tão fácil. Mais eu me acostumei com a saudade.


E nesses 19 anos eu posso dizer que devo tudo a família que eu tenho. Não sei falar muito bem de mim. Mais sei falar delas. As mulheres que me fizeram mulher dentro de casa. Se hoje eu tenho 19 anos, tenho a cabeça que tenho devo apenas a elas. Fortes, lindas e com um bom humor incomparável.


Eu e a garotinha que nasceu comigo completamos mais um aniversário, e sabemos que virão mais 19 anos pela frente. Com eles, estão caixas que ainda não abri mais que vou descobrir com o passar do tempo. A vida é feita de surpresas. Parabéns por se adaptar a todas elas Janaina.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns Jana, em todos os sentidos. Pela sua garra, determinação e coragem, pois como diz algumas religiões: "só carregamos a cruz que damos conta", logo, entende-se que você tem força suficiente pra dar conta do recado.

Um beijo,
Léo M.