terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Driblando o destino



Sacanagem é esperar que a vida me dê um susto dos bons, quando na verdade eu assusto ela. Ela já não me surpreende porque eu inventei todas as possibilidades de destino que ele pode me oferecer. Acho que o destino se cansou de mim. Fico tentando adivinhar o quê ou quem está por vir, elaborando um livro em menos de cinco minutos na cabeça. O destino quer surpreender e eu não deixo que ele faça isso. Morro de medo de surpresas! Melhor estar preparada para tudo e não deixar a peteca cair. Eu sacaneio a vida de uma maneira bem covarde e o resultado sou eu vivendo o óbvio, pois é óbvio que nada me surpreende se espero tudo de alguma coisa. Pareço difícil de entender, e eu sou mesmo. Não aceito perder, mas tenho preguiça de quem não está nem aí para nada. Gosto de gente que sonha alto, sonha forte e não tem medo. São nelas que eu me agarro porque sozinha morro de medo, e quando tenho companhia sou capaz de virar do avesso a minha vida em segundos. Queria pedir perdão para o destino e todas as armadilhas que ele teima em colocar no meu caminho e eu nunca passo por elas. É que criei uma maneira bem louca de me defender dos murros da vida. Corro igual o diabo foge da cruz quando escuto a palavra "sofrer". E não adianta vir aconselhar, eu acredito no amor e espero que um dia ele venha limpinho e gostoso. Sem essa loucura que é sofrer, querer, batalhar e blá, blá, blá. Ou melhor, eu até gosto de tudo isso, mas que não dure uma vida inteira, por favor. Peço desculpas, mais a culpa que carrego é igual a uma bola de neve, me consome, sufoca e correr dela as vezes faz bem. Nunca foi fácil ser intensa.

- Jana Escremin

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