terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Minha mãe

Minha mãe e eu somos muito parecidas, talvez esse seja o motivo para a gente se dar tão bem. Se o mundo estiver contra meus argumentos ela concorda, por que ela enxerga as mesmas loucuras que eu. Nunca passou a mão na minha cabeça, ao contrário, é sincera até a última gota. Ela vive sozinha, mas é completa com suas riquezas que me dão orgulho. Eu vivo sozinha e me completo de vazios por aí. Aprendi muito com essa mulher. Somos diferentes do resto da família que possui personalidade forte e extremamente decidida. Nossas personalidades são fortes, mas não aprendemos a falar "não". Manteigas derretidas em forma humana. Eu e ela nunca sabemos o que escolher. Temos aqueles momentos de mudar os móveis sempre que algo nos incomoda. A gente vive incomodada, a gente vive feliz. Com a minha mãe eu aprendi a sorrir mesmo quando o mundo desaba nas nossas cabeças. Ela sempre me ensinou a melhor das lições, que é amar incondicionalmente. Quando ela diz que está com saudades dá vontade de apertar sua bochecha e falar: "Para de frescura mulher", só que ela fala primeiro que eu. Sempre soube que sou manhosa e preciso de carinho toda hora, por isso não liga para meus dramas. Ela nunca perdeu uma piada e nunca deixou escapar qualquer bola fora. Me divirto muito com essa mulher. Ela é capaz de realizar maravilhas e eu sou capaz de escrever um livro sobre ela. A solidão correu para o nosso lado, mas ela é tão fofa que abraçou, cuidou e mostrou que de ruim mesmo ela só tem a preguiça. Sou tão parecida com ela que me pego em alguns momentos assustada com a dedicação que dou a certas coisas, como ela fez toda as vezes que suas filhas fizeram um pedido. Minha mãe me mostrou todos os lados da vida, e eu assisti ela vivenciá-los com uma força que nunca vi igual. Dela eu só tiro coisa boa. Tiro um sorriso, tiro uma força, tiro as melhores piadas, tiro o maior e melhor amor que alguém é capaz de dar. Somos muito parecidas com essa história de nos entregar. Puxei até o ciúmes dela, dá para acreditar? Ela me fala com tanto carinho dos momentos da sua vida que eu preciso fotografar cada momento do seu lado. Ela me chama de louca e estabanada e sempre pergunta onde errou, mas ela sorri e descobre na sua mente que eu sou igual ela. Minha mãe possui seus medos e segredos, porém eu tenho orgulho de parecer com ela fisicamente e emocionalmente. Um orgulho tão grande que eu posso escrever mil linhas sobre essa mulher tão parecida comigo.

- Jana Escremin

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