Após finais de semanas seguidos de festa,
amigos, risadas, bebidas, fotos e histórias loucas percebi porque fico
assustada em casa em pleno sábado a noite. Não estamos preparados para
encarar toda essa vontade e saudade das coisas que não podemos
ter. Digo no plural, mas sei que é um sentimento único no momento. Sem
compartilhamentos ou alguém para entender. Não quero colocar os pés para
fora de casa pois preciso encarar esses sentimentos que venho fugindo
há tanto tempo e me perseguem. São sentimentos esquecidos durante uma
cerveja e outra e que se aproveitam do meu fim de semana de descanso.
Enquanto eles me consomem por dentro, enviei uma mensagem para uma
amiga, contando do medo que eu estava nesse exato momento, e que
compreendi porque nós não conseguimos ficar em casa. É assustador! Uma
vida pautada em fugas, em medos e muitas saudades. Quem consegue ser
assim? Nós conseguimos. De imediato minha amiga me respondeu: "Eu sei, e
é por isso que estou ficando bêbada agora, se não entro em pane". Não
tiro a sua razão, nós ficamos assustadas com o mundo, com as histórias
que insistem em nos perseguir e com a probabilidade das coisas nunca
darem certo. Sair, beber, se divertir parecem ser coisas essenciais na
nossa vida e no final sempre dá tudo certo. Não machucam, e fazem até do
domingo algo divertido. As "saídas noturnas" nos fazem bem. Mas além
disso eu reconheço que são minhas válvulas de escape. Sem essa loucura
eu não suportaria esse sentimento que agora aperta o meu peito. Ninguém
para ligar, ninguém para atender. Ninguém para se importar. Isso é
difícil de aguentar quando estamos quietos, ouvindo só as frases feitas
de um filme.
- Jana Escremin
Nenhum comentário:
Postar um comentário