quarta-feira, 3 de abril de 2013

Enfim, em casa

Após finais de semanas seguidos de festa, amigos, risadas, bebidas, fotos e histórias loucas percebi porque fico assustada em casa em pleno sábado a noite. Não estamos preparados para encarar toda essa vontade e saudade das coisas que não podemos ter. Digo no plural, mas sei que é um sentimento único no momento. Sem compartilhamentos ou alguém para entender. Não quero colocar os pés para fora de casa pois preciso encarar esses sentimentos que venho fugindo há tanto tempo e me perseguem. São sentimentos esquecidos durante uma cerveja e outra e que se aproveitam do meu fim de semana de descanso. Enquanto eles me consomem por dentro, enviei uma mensagem para uma amiga, contando do medo que eu estava nesse exato momento, e que compreendi porque nós não conseguimos ficar em casa. É assustador! Uma vida pautada em fugas, em medos e muitas saudades. Quem consegue ser assim? Nós conseguimos. De imediato minha amiga me respondeu: "Eu sei, e é por isso que estou ficando bêbada agora, se não entro em pane". Não tiro a sua razão, nós ficamos assustadas com o mundo, com as histórias que insistem em nos perseguir e com a probabilidade das coisas nunca darem certo. Sair, beber, se divertir parecem ser coisas essenciais na nossa vida e no final sempre dá tudo certo. Não machucam, e fazem até do domingo algo divertido. As "saídas noturnas" nos fazem bem. Mas além disso eu reconheço que são minhas válvulas de escape. Sem essa loucura eu não suportaria esse sentimento que agora aperta o meu peito. Ninguém para ligar, ninguém para atender. Ninguém para se importar. Isso é difícil de aguentar quando estamos quietos, ouvindo só as frases feitas de um filme.

- Jana Escremin

Nenhum comentário: