quarta-feira, 3 de abril de 2013

Não entendo as voltas que a minha vida dá. Tem horas que eu questiono o que seria de mim se continuasse na mesma vida. Sou nova, eu sei, mas sinto como se já tivesse vivenciado coisas grandes e pretendo conquistar muito mais. Tudo o que me fez falta, fortaleceu quem eu sou hoje. Quando perdi meu pai, era tão nova e senti uma chuva de acusações cair sobre a cabeça da minha família. Mas ao invés de chorar e sentir que poderia morrer, lá fomos nós mostrar o quanto somos boas em reconstruir cada pedacinho de dor e sentimento que carregamos juntas. Quando eu perdi meu primeiro amor, chorei e até deixei de comer, só que ergui minha cabeça e continuei, porque não era um amor sem futuro que me faria desistir dos estudos, amigos e família. Aí o tempo passou e eu conquistei outros sonhos e novos amores. Amei de uma maneira tão pura e fui amada. E como sempre acontecia quando eu estava aprendendo a curtir o momento, eu perdia. Perdi muita coisa e prometi continuar. Não foi fácil e eu estava cansada de perder tanto. Abrir mão das coisas não é fácil para pessoas levemente possessivas. Tentei sobreviver em um lugar sem espaço, sufocado pela ostentação do passado. Óbvio que não deu certo. Arrumei minhas malas, foquei em uma carreira que parecia não ter futuro. Aos poucos voltei a reconstruir minha vida. Hoje olho e penso que se eu não tivesse apanhado tanto da vida não teria amadurecido. Seria só mais uma dessas garotas de 20 e poucos anos que acha que sabe de tudo, mas não sabe de nada. Eu não sei de nada, assumo, mas eu vivi quase tudo. O que eu não vivi ainda estou correndo atrás, porque eu acho que nessa vida a gente tem que é cair, levantar, chorar, sorrir, enfraquecer e fortalecer. Tudo de uma só vez. Queria saber como seria minha vida se tudo fosse um castelo, e nada tivesse ido embora sem a minha vontade. Quem eu seria, onde eu estaria ou até mesmo por quem eu me apaixonaria. Um acontecimento muda toda a nossa história, e foi a minha atitude que trilhou o caminho. As coisas têm que acontecer, você queira ou não, e você tem que criar estratégias para se orgulhar no final de tudo. Me orgulho dos caminhos que tracei. Vivo cheia de saudades, vontades, amores, histórias, pesadelos, só que eu nunca deixei que o tempo parasse. Eu fiz tudo funcionar, coloquei para cima a bagunça e mostrei que de criança eu não tenho nada. Agora eu estou planejando outros sonhos e eles são muito maiores. A lei aqui é bateu, levou. Não deixo que a vida me mostre o quanto ela pode ser triste. Minha felicidade dá goleada nas decepções que todos nós um dia vamos sofrer. Nossas vontades pouco importam para a vida. O que importa é o que você vai fazer do seu destino, e esse é a gente quem traça, não adianta falar outra coisa.

- Jana Escremin

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