segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Não era amor, era cilada

Me apaixonei pela carência e pela necessidade de escrever. Percebi isso quando a carência acabou e escrever tornou-se mais do que um desabafo. Meu amor era duvidoso e sem alternativas. Era você, você, você, você. Agora é você, mas tem aquele outro que se apaixonou pelo cheiro e pelo jeito engraçado que conto minhas histórias idiotas. Há muito tempo não sentia o olhar de quem admira e descobre alguém além de mim. Acho que faltava assoprar esse meu ego, que não estava sendo bem tratado. A carência confundiu tudo, mal consigo ficar brava! Não preciso pensar só em você, porque tem um milhão de vidas para ser vivida. Reservei os minutos antes de dormir para inventar histórias com você que nunca vão acontecer, mas durante o dia estou me divertindo com quem demorou, mas chegou. Quem diria que o meu amor era ainda aquele velho e eterno carinho, nada mais que isso. Faltava um personagem principal e você fez o seu papel. Redigi milhares de textos pela carência e angústia em querer ter o que não podia. Agora tudo está mais calmo. Apareceu um sorriso, uma vontade de ser de alguém e principalmente ser alguém para alguém. Tem uma pontinha no meu peito, cutucando e mostrando que não foi amor, foi loucura. Voltei para o meu posto, coloquei você no lugar que nunca deveria ter saído, e agora está tudo tão colorido. Eu, você, minha vida, meus amigos. Sou feita de detalhes, busco, vasculho e perco a noção do tempo capturando informações. Estou apaixonada por essas informações, e torcendo para a fase não passar tão cedo. A felicidade fez morada, o amor mostrou que não era amor e eu continuei sorrindo e deixando que o meu perfume, o meu sorriso e as minhas frases esquisitas fizessem sentido para quem quer fazer sentido. Chega de pirar com quem não pira na minha.

- Jana Escremin

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