quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Tic tac do ano novo

Quando o relógio acusou a meia noite eu estava longe do celular. Deixei de lado a tecnologia e as lembranças online. Queria carne, osso, olho no olho, abraços, toques e beijos. Esqueci por longas horas de consultar quem tinha lembrado de mim. Passei os primeiros vinte minutos lembrando de pessoas importantes. Os fogos no céu me fizeram lembrar de alguém que há muito tempo foi embora. As lágrimas desceram e a minha felicidade era pelo ano maravilhoso que eu tive. Tive apenas um momento de tristeza e foi porque não consegui esquecer quem olhava por mim lá de cima. Chorei de saudade. Pensei nos meus erros e arrependimentos e desta vez prometi seguir o coração. Perdoei tudo e todos. Fosse quem fosse, eu não era digna de ter raiva. Havia passado o ano mais sincero da minha vida. Esses vinte minutos de alívio levaram todas as lágrimas que não soltei nos últimos 365 dias. Olhei o céu e só tinha a agradecer. A minha meia noite foi inesquecível. Não tive raiva, mágoa, decepção ou arrependimentos. Tudo o que passei foi provado, vivido e acima de tudo realizado. Fui do 8 a 80, fui paciente, e antes o que era defeito se tornou qualidade. Voltar para casa trazia toda uma esperança que por fim não chegou, não realizou, mas tive outras surpresas. Alguém do mundo dos loucos tomou uma atitude inesperada. Um pedido vindo de outro Estado deixou as primeiras horas do ano diferente. Percebi nesse momento uma mudança nos ventos. A loucura não era só minha. Sorri e deixei que o mundo respondesse por mim... Agora vejo que o tempo responde, e mesmo que não seja do jeito que desejei, são as respostas certas. Meu relógio não combina comigo, mas ele faz as loucuras que preciso para ser cada vez mais feliz.

- Jana Escremin

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