Quando
o relógio acusou a meia noite eu estava longe do celular. Deixei de
lado a tecnologia e as lembranças online. Queria carne, osso, olho no
olho, abraços, toques e beijos. Esqueci por longas horas de consultar
quem tinha lembrado de mim. Passei os primeiros vinte minutos lembrando
de pessoas importantes. Os fogos no céu me fizeram lembrar de alguém que
há muito tempo foi embora. As lágrimas desceram
e a minha felicidade era pelo ano maravilhoso que eu tive. Tive apenas
um momento de tristeza e foi porque não consegui esquecer quem olhava
por mim lá de cima. Chorei de saudade. Pensei nos meus erros e
arrependimentos e desta vez prometi seguir o coração. Perdoei tudo e
todos. Fosse quem fosse, eu não era digna de ter raiva. Havia passado o
ano mais sincero da minha vida. Esses vinte minutos de alívio levaram
todas as lágrimas que não soltei nos últimos 365 dias. Olhei o céu e só
tinha a agradecer. A minha meia noite foi inesquecível. Não tive raiva,
mágoa, decepção ou arrependimentos. Tudo o que passei foi provado,
vivido e acima de tudo realizado. Fui do 8 a 80, fui paciente, e antes o
que era defeito se tornou qualidade. Voltar para casa trazia toda uma
esperança que por fim não chegou, não realizou, mas tive outras
surpresas. Alguém do mundo dos loucos tomou uma atitude inesperada. Um
pedido vindo de outro Estado deixou as primeiras horas do ano diferente.
Percebi nesse momento uma mudança nos ventos. A loucura não era só
minha. Sorri e deixei que o mundo respondesse por mim... Agora vejo que o
tempo responde, e mesmo que não seja do jeito que desejei, são as
respostas certas. Meu relógio não combina comigo, mas ele faz as
loucuras que preciso para ser cada vez mais feliz.
- Jana Escremin
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