Nunca imaginei que seria reeducada pelo o
amor. Fui corpo e alma fechada, mas aprendi a me amar e foi tão egoísta
não dividir com mais ninguém. Com o tempo fui reeducando meu coração, o
abri com cautela e quando começava a doer, eu respirava,
fechava os olhos e com muita paciência cuidava de tudo para não
sangrar. Quando a dor foi embora, limpei tudo o que tinha deixado para
trás. Enfeitei com flores, músicas, frases e sorrisos. Não poderia
abandonar mais uma vez esse sentimento solitário. Reaprendi a amar, o
que não foi ruim. Estava em uma viagem sem volta para a felicidade.
Aprendi a me doar um pouco mais, a sentir e permitir que o mundo
rasgasse o fundo do meu peito, sem deixar que machucassem. Não encontrei
amor na volta, mas saí entregando o meu. Uma mistura de timidez e
loucura caminharam por mim. Fui reeducada para amar e agora me encontro
em plena calmaria. Minha alma tem o cheiro do amor, o meu coração não
cabe no peito e eu respeito o sentimento sem precisar fugir dele. Talvez
seja apenas uma fase de paz e felicidade, talvez eu tenha aceitado amar
e também a não ser amada. Talvez a paciência seja o segredo para todos
os meus amores mal resolvidos. Talvez esse moço que fez moradia não seja
tão ruim. Estou aprendendo a amar de um jeito adulto e sem pudores.
Pareço uma criança descobrindo seu brinquedo. Com o tempo aprendi a
maior lição do mundo: Amar sem pedir nada em troca, doa onde doer.
- Jana Escremin
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