segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Serial killer

Um serial killer vive na minha sombra. Nunca acerta, mas sempre tenta. Incrível é a sua capacidade de broxar com a minha alma. Logo eu, que sou tão amor, acabo fugindo desse serial killer porque minha índole não permite tal traição. É uma espécie de imã que no início pensei ser uma fase e apenas imaginação, mas no final é sempre uma perseguição. Fujo pois não posso me entregar ao que repudio. Fujo pois fui criada em casa de família. Fujo porque não posso deixá-lo matar a pureza de ser correta quando o assunto é o amor. E ele corre atrás, cerca, diz palavras lindas e costuma ser bonito, simpático e simples. Mas eu digo sempre não. Morrer uma vez bastou para sofrer calada por dias e dias. Esse serial killer não assombra só a minha vida. Estão espalhados por aí em busca de uma mocinha para sufocar com a perfeição que são. Enquanto busco um amor verdadeiro ele quer fazer mentiras comigo. Quer inventar um outro relacionamento e a única vítima é o meu coração. Quantas vezes vou me sentir refém desse assassino? Quantas vezes sentirei a dor de quem não busca um amor mentiroso, mas é cercada por ele todas as vezes? Alguém deve ter colocado uma placa de "quando o tédio aparecer, estacione aqui". E não, eu não curo tédio! Não, eu não quero você, seus sorrisos ou suas palavras. Sua mão é tão doce mas sei do amargo que carregam por trás dessa perfeição. Ou melhor, você não é perfeito. Um serial killer sem data para chegar não vai levar o meu coração. Fujo de você e continuo achando que estou em uma fase. Não mereço ser morta por uns minutos de atenção.

- Jana Escremin

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