Um serial killer vive na minha sombra. Nunca
acerta, mas sempre tenta. Incrível é a sua capacidade de broxar com a
minha alma. Logo eu, que sou tão amor, acabo fugindo desse serial killer
porque minha índole não permite tal traição. É uma espécie
de imã que no início pensei ser uma fase e apenas imaginação, mas no
final é sempre uma perseguição. Fujo pois não posso me entregar ao que
repudio. Fujo pois fui criada em casa de família. Fujo porque não posso
deixá-lo matar a pureza de ser correta quando o assunto é o amor. E ele
corre atrás, cerca, diz palavras lindas e costuma ser bonito, simpático e
simples. Mas eu digo sempre não. Morrer uma vez bastou para sofrer
calada por dias e dias. Esse serial killer não assombra só a minha vida.
Estão espalhados por aí em busca de uma mocinha para sufocar com a
perfeição que são. Enquanto busco um amor verdadeiro ele quer fazer
mentiras comigo. Quer inventar um outro relacionamento e a única vítima é
o meu coração. Quantas vezes vou me sentir refém desse assassino?
Quantas vezes sentirei a dor de quem não busca um amor mentiroso, mas é
cercada por ele todas as vezes? Alguém deve ter colocado uma placa de
"quando o tédio aparecer, estacione aqui". E não, eu não curo tédio!
Não, eu não quero você, seus sorrisos ou suas palavras. Sua mão é tão
doce mas sei do amargo que carregam por trás dessa perfeição. Ou melhor,
você não é perfeito. Um serial killer sem data para chegar não vai
levar o meu coração. Fujo de você e continuo achando que estou em uma
fase. Não mereço ser morta por uns minutos de atenção.
- Jana Escremin
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