Ontem eu me olhei mais madura. Olhei com segurança para quem eu quero ser. Me incomodou eu falei, ultrapassou limites e eu mandei embora. E faria outra vez sem me arrepender. Todo mundo pode reclamar do meu jeito, só que antes me incomodava o silêncio e os milhões de sapo que engoli em busca da perfeição. Agora eu quero ser mesmo é imperfeita. Quero falar aquele não entalado quando me der vontade e eu vou fazer sem pensar duas vezes. Não é coisa de bebida ou daquela coragem que a gente tem só quando sente que é "agora ou nunca". Agora eu aprendi a impor minhas vontades. Tenho limites e não quero ninguém brincando com eles. Nunca gostei de joguinhos e evito todos eles. Ontem foi uma noite daquelas onde tudo se misturou e tudo se ouviu. Por alguns minutos todo mundo percebeu, mas todo mundo ficou em silêncio. Como não aguento mais os incômodos da vida, eu falei. Bem alto e bem claro gritei. Eu não estava feliz com a situação, eu não queria assim. Pode até ser uma bostinha de situação para algumas pessoas, mas para mim foi o limite. Ninguém é vítima de nada nessa vida, e acreditar na inocência alheia já não é confiável como antigamente. Ontem eu vi que estou crescendo e a gente fica mais dura com a vida, mais dura com a folga dos outros. Não sou chata, estou apenas previno algumas dores ou situações que podem vir a machucar meus relacionamentos e meu coração. Não dá para deixar o mundo moderno ser tão moderno assim.
- Jana Escremin
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