Abrir novos horizontes. Tentar alguém que
nunca apareceu. Alguém que eu não estrague tudo porque na verdade eu não
o conheço. Fugindo de uma dor ainda não sofrida vejo que não sei
driblar meu destino. Um disco riscado e antigo toca de trilha
sonora enquanto me alimento, estudo, trabalho, penteio os cabelos ou
leio um livro. Cordas arranhadas de uma melodia que explica meu
relacionamento com meu coração. Dois teimosos que não se deixam abalar.
Um mais forte que o outro, nem parecem que ocupam o mesmo espaço e são
donos da mesma pessoa. Horizonte é uma palavra bonita mais seu
significado é muito complexo. São incertos e eu não consigo fixar os pés
nele por muito tempo. Sempre aparece algum caminho torto para chamar a
atenção e lá vou eu correndo encontrar ar puro, ou pelo menos tentar.
Prevenir é melhor do que remediar, talvez seja verdade e eu vivo uma
fase de realidades. Crio o começo, meio e final de histórias que não se
deram ao luxo de apertar o start no jogo do amor. Aí todo mundo acaba
sabendo a história antes mesmo dela acontecer. Ligo meu dispositivo e
vou embora como se eu tivesse realmente vivido tudo aquilo. Toca
insistentemente essa música que pergunta até quando a mesma história,
até quando vou olhar horizontes e não gostar do que vejo? Até quando
posso me alimentar de "quases"? As vezes o que a gente pede é que a
melodia mude, que o samba continue, que a vida nos surpreenda. Só isso.
- Jana Escremin
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