Definir alguma coisa nunca fez parte das
minhas histórias. Mal consigo definir o que eu sou e agora fico tentando
entender as palavras, gestos e questões não respondidas das outras
pessoas. A definição disso tudo é o que me atormenta. Quando
acho que as coisas estão mudando levo uma leve rasteira da vida. Quando
me conformo com a situação, acontece o tão esperado discurso. Dá para
entender? Eu não sei esperar por nada. Nos últimos meses andei mudando
as minhas atitudes. Fiz muito barulho e só ouvi o silêncio. Não doeu,
mas senti um leve desapontamento. Acho que a insegurança ainda corrói
minhas atitudes. Quero saber o que é tudo isso, porque estou presa e se
realmente estou sozinha. Eu misturo as coisas. Um dia a decisão chega,
um dia consigo entender o outro lado. Definir o sentimento dos outros é
complicado. Parece tão simples chegar, falar, sentir, ouvir e aceitar.
Mas nunca é. Quando estou chegando ao ponto principal, ele corre. Ele
que nunca corre, agora deu para correr das minhas palavras. Não consigo
defini-lo e isso me mata. Um dia lindo, no outro feio. Uma hora está
aqui, na outra eu não consigo sentir sua presença. Minha paciência nunca
deixou que eu atropelasse os sentimentos, mas ultimamente ela sente
urgência em sair do lugar. Isso de seguir as regras e não se importar
nunca funcionou comigo. Quando eu gosto de alguém quero descobrir, quero
contar, quero sorrir... Tudo tão simples, mas tão complexo. Aceito o
silêncio, recuso as mentiras e mesmo assim ainda me atormenta saber que
esse silêncio esconde a resposta de tudo. Minhas decisões são pautadas
nele, mas se ele não toma nenhuma atitude o que eu posso fazer? Ficar
parada eu não consigo mais, e os meus pés começaram a formigar de tanto
esperar.
- Jana Escremin
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