Começou a confusão. De um lado está aquele que
sorri, mas que se esconde. Do outro está aquele que mudou, que conhece o
momento certo. Ambos tão iguais, ambos tão distantes. Sem saber do
conflito eu sigo o que me foi ensinado. A confusão acontece
dentro da minha cabeça e a torcida começa a pesar para o lado mais
prático. Ninguém quer torcer pelo complicado e misterioso e eu só quero
sair desse lugar que prendem os meus pés. Minha torcida tem dono, mas
minha razão também. Um já sabe do que sinto, o outro quer que eu sinta
um pouco mais. Um escolheu brincar com esse sentimento, o outro está
tentando inflamar alguma coisa no meu peito. Opto pelos dois, mas não
tenho nenhum. Me sobram somente as conversas baratas e os conflitos
internos. Alguma coisa a gente tem que falar para as amigas. Então eu
vou contando sobre eles aleatoriamente, explico por qual deles o meu
coração bate, e elas revidam dizendo qual deles tem mais chances de
gerar sofrimento. Talvez se eu não soubesse das chances não teria
escolhido gostar de um deles. Mas quem disse que eu escolhi? Estou
esperando ser escolhida e mesmo quando são pressionados pelos meus
sentimentos os dois não demonstram nenhum sinal de fraqueza com a minha
presença. Será que eu preciso mesmo dessa fraqueza para ter certeza?
Nunca saberei. O que eu sei é que alguém precisa me dizer que quer. Ou
melhor, eu preciso ouvir um deles dizendo o famoso "não". Não aceitarei o
outro enquanto não tiver certeza do que aquele que faz meu coração
vibrar sente. Pareço bem confusa, mas não quero estar. Só quero ter
certeza. Certeza do amor, certeza do não amor. Se fosse para entender eu
já teria decidido, mas como nunca é dessa maneira então eu fico com a
loucura do que não aconteceu.
- Jana Escremin
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