Eu nunca vivi em um mundo fechado. Minha mãe
diz que eu tenho a necessidade de viver as coisas para depois entender o
seu funcionamento. Eu acho que isso pode expressar a presença das
saudades que minha vida possui. Nunca fui a mais louca, a
mais correta, a mais bonita, a mais feia, a mais quieta, a mais
barulhenta. Os extremos nunca conseguiram me definir porque um dia eu
sou 8 no outro eu sou 80. Sempre tive medo de fechar minha cabeça para
as experiências do mundo. Arrisco com a vida, evitando apenas os pulos
para o amor. Sou cheia de pontos, vírgulas, exclamações e prefiro não
falar sobre os três pontinhos que deixam a minha vida bagunçada. Nunca
me contentei em bagunçar apenas o meu local. Quando expressam uma
opinião sincera de como eu sou fico assustada. As pessoas podem saber
mais sobre mim do que eu mesma e a injustiça que isso causa mostra as
consequências do mundo que vivo. Dizem que quem opta por um mundo ao
avesso deve estar preparado para os choques e conflitos. Aqui estou,
vivendo ao contrário. Correndo ao invés de frear, freando ao invés de
correr. É disso que eu falo sobre viver, são esses detalhes que eu fico
pensando toda a noite. O tempo, a corrida, as pessoas, meu amor.
- Jana Escremin
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