Quando pensamos que somos complicadas sempre
tem um sujeitinho para provar que estamos erradas. Se a gente esconde o
jogo, errou. Se abriu o jogo, errou. Se fez drama, errou. Se não fez
nada, errou. Somos os erros que não entendemos e aquela
vontade de sempre estrangular quem não se assume ou quem não assume o
que sente. Um joguinho para crianças vira rotina na nossas vidas, somos
jogadas para escanteio quando não aceitamos as regras do outro, somos
lembradas quando a carência bate na porta de cada um deles. Não nasci
para ser marionete de ninguém, mas ultimamente vivo pela vontade alheia.
É muito complicado tentar adivinhar o que está acontecendo e o orgulho
disputa qual lado consegue ser mais complicado. Ficou com ciúmes?
Engula, sorria e desapareça. Ficou com raiva? Joga uma ironia na roda e
sai como se nada tivesse acontecido. Pagamos de loucas, psicopatas,
dramáticas porque nesse jogo a gente não consegue calar. Não conseguimos
fechar os olhos para atitudes infantis. E convenhamos que resolver
problemas está no nosso sangue feminino. Queremos algo, queremos agora.
Parece simples do outro lado, mas quem complica nossas atitudes são
esses sujeitinhos que escondem o ouro, que não gritam, que sorriem
querendo matar, que cutucam e somem. Sujeitinhos covardes e sem nenhum
respeito. Não se joga um drama na mesa e volta atrás como se fosse a
coisa mais normal do mundo. Se é para jogar com drama então assuma suas
responsabilidades e dê a cara para bater. Dessa maneira nós somos as
únicas a apanhar, pois vivemos esperando a hora certa, vivemos
aguardando o momento em que tudo será claro e objetivo. Eu ainda sonho
com o dia que não vou ter que ficar brincando de adivinhar o que aquela
música, frase ou silêncio significou. O primeiro passo é acreditar, o
segundo é descobrir quem somos e se realmente vale a pena dar a volta no
mundo para entender um simples "sim" ou "não". Sou indecisa, mas no meu
caminho só tem louco silencioso. Loucos para me deixar em banho maria
até que a vontade deles seja maior do que o orgulho que trancam as
palavras e atitudes em seus peitos estufados de verdades não ditas. Eu
quero precisão nas palavras, quero precisão nas atitudes, quero precisão
nos significados porque ainda não aprendi como a gente faz para engolir
tanto mistério.
- Jana Escremin
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