Sabe o que eu gosto nas pessoas? A necessidade
de compartilhar experiências, de ser tão humano ao ponto de querer
dividir o que já foi vivido. Em uma conversa nada formal descobri o
quanto sou frágil. Se tem uma coisa nessa vida que gosto é
de sentar e ouvir uma boa história de amor e é incrível como elas não
terminam sem o "Gran Finale". Todo mundo tem uma, todo mundo quer uma,
duas, três, quatro histórias... E a necessidade do amor em nossas vidas é
como um pedaço do oxigênio que não dá para evitar. Eu não evito as
histórias que me rodeiam. Ouvir histórias é minha antiga mania e se eu
tivesse o tempo vago gostaria de sair pelo mundo escutando como os
casais chegaram onde estão. Encontrar a beleza do amor nos detalhes, nas
brigas, nos beijos e abraços é a minha paixão. Me dê uma cerveja e uma
boa dose de amor que minha noite passa de normal para inspiradora. A
reconstrução do sentimento, o momento certo, o primeiro olhar. São os
detalhes que me prendem, são eles quem entregam a paixão dos que tem a
sorte de ter alguém do lado. Sou viciada em detalhes e já aviso que não é
saudável, mas é gostoso relembrar aquele gesto, aquela palavra. Eu
guardo muitas coisas e transformo em um livro gigante e sem páginas.
Livro que acontece aqui dentro e é lido entre uma conversa e outra. Me
apaixono pelo romance dos outros. Hoje tive que responder mais uma vez o
motivo para não criar a minha própria história. Medo, insegurança ou
quem sabe o mercado está escasso dos detalhes. Simples respostas e já
sei o que vem em seguida: Um longo e verdadeiro sermão de que a vida é
para ser vivida, o que tiver que ser será e que existe uma história para
cada coração na Terra. Acredito fielmente nisso e por isso me iludo com
as histórias alheias. Sou carne, osso e uma camada grossa de amor,
paixão, desejo. Tranquei meu coração por muito tempo e ainda tenho dó de
sacrificá-lo em nome do amor, mas acontece. Uma hora as coisas
acontecem e eu não tenho pressa. Tenho sonhos, tenho vontade e tenho um
amor chato, ciumento e sem fim. Segundo minhas amigas eu não viverei até
os 30 anos se continuar na aflição dos relacionamentos que não
acontecem. "Viva e ponto final" é o que elas dizem. Mas o meu livro é
extenso, é sem fim, é cheio de dúvidas e meu caminho é longo. Não
reclamo da solidão, não reclamo da vida porque no fundo sei que uma boa
história termina bem, feliz e com o coração explodindo de amor. É só o
que eu aprendo, é só o que escuto e quem sou eu para brincar com a
história de amor das outras pessoas. Eu sou eu e mais nada. Sem amor,
com história e um coração forte, rígido e grosseiro. Apenas.
- Jana Escremin
Nenhum comentário:
Postar um comentário