Tem uma hora que a ficha cai. Não adianta
quantas amigas você têm, quantas tentações aparecem pelo caminho. A
ficha cai e dói. Dói porque descobrimos que não queremos essa batalha de
mil e uma garotas. Tão novas e tão desesperadas. Coisa que
mais me irrita no mundo é menina sedenta por amor, porque elas são
malucas, fora do controle e talvez não estão amando tanto quanto nós.
Fazem e aceitam qualquer coisa para ter um pouco de carinho e atenção.
Claro que as vezes funciona, amém. Mas o que fazer com as meninas como
eu? Eu sou daquele tipo que se vejo que a concorrência é grande já pulo
fora! Não tenho paciência e muito menos estou matando cachorro a grito.
Assumo que quero muito alguém com nome e sobrenome, mas em volta dele
existem um punhado de loucas, desesperadas e de todas as idades.
Chamando a atenção sendo carinhosas, presentes, amorosas, engraçadas e
etc. Antes existia sempre um louco que combinava com meu jeito e eu com o
dele e milhões de casais que se combinavam por aí. Agora com essas
desesperadas em volta acabei me tornando um pouco louca, um pouco santa,
um pouco tímida, um pouco livre. Essa competição desenfreada pelo amor
me desespera e eu corro, fugindo como uma criança assustada. Eu sei que é
lindo dizer: "Eu conquistei", mas já pensou ter que dizer: "Eu perdi"?
Isso me dá náuseas. Não posso contra isso. Lutar por alguém sem ao menos
saber com quantas pessoas disputo sua atenção é dolorido não só para
mim, e o pior é: Preciso mesmo disputar alguma coisa? Existem homens que
gostam e no final só fazem esse joguinho por diversão. Eu adoro uma
diversão mas a minha ficha cai diversas vezes e é aí que fujo. Não posso
fazer isso com ninguém, porque imagino elas lutando com outras pessoas e
eu vou viver com a dúvida de quem abandonei. Quero alguém que me queira
e vice e versa. Sem olhar, sem pensar, sem questionar. Quando a gente
quer não existe outro alguém, competição e etc. Assumo que se os dois
lados não querem o jeito é assumir a direção e continuar em frente. O
que não deixa de ser outra maneira da ficha cair, certo? A pergunta é:
Quantas fichas ainda tenho? Quantas vezes vou ter que ficar desvendando
com quem estou nessa bagunça que a gente chama de paixão? A minha
vantagem é que orgulho e felicidade nunca me abandonam. No fundo só
queria ter a certeza de que isso não é uma luta, de que não preciso me
preocupar. Mas quem disse que é assim? Bem vinda ao meu mundo, ao meu
medo, ao resultado de tudo o que fujo nessa vida. Sou uma romântica
incurável misturada com uma livre insensível. Já fiz loucuras por amor
iguais as que acontecem nos filmes, algumas não deram certo, mas eu
gostava porque no fundo sentia que era o certo a fazer enão tinha essa
competição com milhões de fichas, placas e luzes de dúvidas e medos. Só
tinha eu, ele e amor. Enfim, tenho saudade do tempo em que amar era mais
simples, e ser amada também.
- Jana Escremin
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