Penso muita coisa sobre você. Penso como não
te conheço, não desvendo, não procuro. Penso que talvez é assim que te
protejo das minhas loucuras, porque sou daquele tipo que se der corda eu
enforco e só os fortes sobreviverão. Nem eu tenho paciência
para meus dramas, mas gosto deles pois protegem quem eu sou, e contam
boas histórias. Penso que sou decepcionante porque além de mulher sou
problema sério. Gosto de atenção e de grandes gestos. Sou tudo aquilo
que você conheceu, mas tem uma parte de mim que se esconde porque não é
tão boa assim. Afinal, não dá para ser boa o tempo todo, mas o que dá é
para tentar e eu tento muito. Tento não mergulhar de cabeça nesse
desconhecido que você é. Vou até você, para voltar morrendo de medo do
que posso conhecer. Espio passos, palavras, jeitos e problemas. Você
esconde tão bem o jogo... Ou talvez não esconda, e aí descubro que você é
esse mistério porque aprendeu a ser assim. Me dá um medo absurdo de
quantas vezes posso cair e de quantas posso te derrubar. A gente não
nasceu para machucar ninguém. É um aqui e ali de carinho e atenção que
não dá para evitar. É um aqui e ali de silêncio que é para não assustar.
Penso que nosso mistério é nosso medo e proteção. Uma proteção boa, mas
de vidro. Expectativas quebram, promessas quebram, amores quebram. Mas a
possibilidade de você me quebrar é o que me assusta. Não quero e não
faço por merecer, porque você é desse jeito e eu sou desse, e nossa
intensidade bate diferente, eu sei. Mas o importante é que bate! E penso
que se continuar assim não arrisco o que é importante. E dou fim ao meu
drama, sem arriscar e sem pensar.
- Jana Escremin
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