terça-feira, 24 de setembro de 2013

Partidas

Dói ver a pessoa com quem você fez planos ir embora. Dói abrir mão de um sentimento que está em você. Dói não saber o que dizer, mas saber que precisa se despedir. A vida é um despregar de pessoas e histórias que talvez não estamos prontas para deixar para trás, porém em um futuro próximo, ou nem tão próximo, percebemos como foi necessário tomar essas atitudes. Passei a vida me despedindo de pessoas, e acabei endurecendo. De criatura fofa e amável, passei a ser a a fofa durona, fofa sem continuidade e por aí vai. Essa semana algumas palavras saltaram da minha boca quando me perguntaram sobre o "dia seguinte". Sabem aquele tal dia importante, que toda garota espera para saber se valeu a pena ou não ter conhecido alguém? Pois é, eu não quis saber do dia seguinte. Me assustei e não havia esperança nesse dia. Não havia raiva ou sentimento de culpa de ambas as partes. O que foi feito estava no passado e dar continuidade não parecia o correto. Antigamente tudo isso iria doer no fundo do meu peito, assim como doeu ver meus planos despedaçados, ou abrir mão de um sentimento vivo e se despedir sem saber como. Não conviver com a dor é uma nova vida para mim. Parei de esperar pelas pessoas, deixei que o tempo e minhas vontades comandassem esse caminho de amor, ilusão e felicidade. Porque no fundo eu vivo a fase mais feliz da minha vida, e não quero estragá-la com qualquer romance barato! Não ando reclamando, não me sinto feia e não sei dizer o que está ruim. Está tudo na mais perfeita ordem. E tudo isso me assustou, porque antigamente eu estaria revivendo os detalhes, procurando onde errei. Há algum tempo atrás eu deitaria com o celular na mão e o coração na boca para saber sobre a importância que tive no "dia seguinte". Mas ele não existe mais para mim, não existe a esperança, não existe o sentimento de querer dar continuidade a alguma coisa ou alguém. Eu continuo vivendo pelo amor, mas morrer por ele nunca mais. Isso talvez seja aprender a amar, ou melhor, me amar. Em um futuro distante quem sabe descobrirei onde essa dureza está me levando e poderei escrever sobre como essa fase foi importante na minha vida.

- Jana Escremin

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