O amor se personificou em mim. Trouxe para a
minha vida cor e sentido, ao mesmo tempo em que endureceu e
transformou-se em medo. Procurei amor em todos os lugares.
Supermercados, escola, festas, filas, trabalho e etc. Eu sempre buscava
sentido no amor e também alguém para
fazer sentido junto comigo. Antes do primeiro amor, ou melhor dizendo,
antes da primeira decepção, eu era toda feita de amor. Dos pés a cabeça
ele estava presente. Uma garota do interior com grandes planos e um
futuro incerto. Se o amor era tão presente ele poderia me dominar e
acabar com todos os meus planos, mas nunca foi suficiente. Eu amava tudo
e todos. Fotografei olhares, sorrisos, beijos, abraços e conversas.
Criei o hábito de arquivar todos os momentos de “quase amor” que vivi. A
diferença entre eu e os filmes eram que eles aconteciam naturalmente e
eu já havia planejado até as falas e cenas. Nunca fui pega de surpresa
por um amor porque já pensava no que poderia acontecer, minha vida se
resumiu em escrever histórias antes delas acontecerem. Um erro tão
grande que quando me vi apaixonada esqueci de prevenir meu coração e
inventei mentiras para a ilusão ser perfeita. Antes de tudo desmoronar,
eu era alguém apaixonada pela vida e pelos romances. Tudo era puro e
cheio de histórias.
- Jana Escremin
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