Eu vivo de fases. Tive a fase de não me
importar com nada ou ninguém. Teve também aquela em que só queria
trabalhar e estudar. Passei por milhões de fases em pouco tempo, e
transformava todas elas em motivos para não importar com o que incomodava.
Porém, a fase mais marcante da minha vida foi quando me recuperei de um
amor perdido. A importância não era a pessoa que perdi ou a história
que vivi, o que acontece é que nessa fase tomei coragem para ir contra
ao que não me fazia feliz. Nessa fase sofri por abrir mão de um amor, de
uma casa, de uma mordomia, de um carinho, de um "eu te amo". Na minha
pior fase eu encontrei a melhor. É possível isso? Optei por não viver
com as mentiras que faziam sorrir e foi nessa fase da vida que parei de
aceitar meio amor, meio sucesso, meio sorriso. Pensei muito nas pessoas
que deixei para trás e agradeço por cada lição. Afinal, aprendi a ser
mais centrada, mais focada e mais sincera. Fiz uma descoberta sobre mim e
sou mais forte do que pensava, mais esperta. Não vou esquecer o quanto
chorei, pedi e engoli durante a minha fase de reconstrução, mas também
não vou esquecer como parei de sofrer. Não existiu outra pessoa, não
existiu fórmula mágica, eu apenas vivenciei minha dor e fiz da minha
fase um caminho longo, retirando os espinhos e pessoas que machucavam.
Gosto do que vivi, mesmo que tenha demorado três anos para sair dessa
fase, e sei que estou pronta o que vier. Antes minha preocupação era
encontrar, não saber superar, não saber enfrentar meus medos. E agora eu
não tenho um plano para seguir. Mas só de não ter medo eu consigo
enxergar um futuro sem essas dúvidas ou coração partido. Essa fase
serviu para me conhecer, crescer e formar quem sou. Todo mundo tem uma
fase na vida que vira favorita pois além de trazer coisas boas ela
mostra o quanto podemos enfrentar, mesmo quando tudo parece desmoronar.
- Jana Escremin
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