domingo, 15 de agosto de 2010

Sabe dar as cartas, sabe me ganhar.



Ela não parou de pensar nem por um segundo nele. Era toda hora, todo momento em sua cabeça era ele. Não sabia mais o que fazer. Não podia dizer a ninguém, seu segredo estava consumindo-a. A história de brincar de se esconder estava ficando séria dentro do seu coração. Um dia ela chegou a sonhar com ele que vinha e dizia todas aquelas palavras que sempre diz, mas dessa vez ele veio determinado. Queria ela, e se ela não fosse dar o próximo passo espontaneamente ele ia fazer isso por ela. Quer ela por inteira. Não por momentos, quer ela vinte e quatro horas. O par perfeito: ele sabia jogar, ela sabia perder.

Foi nesse instante que ela começou a observar suas atitudes. Desde que cedeu a sua vontade, ela olhava para o celular diversas vezes. Ela procurava sinais, alguma coisa que podia mostrar ao seu coração resultados positivos. Mas o celular não tocava, na verdade ele tocava, porém só quando ela não tinha mais esperanças. Ele sabia que quando ela estivesse abandonando a própria causa, ele podia voltar. Ela se questionava se tudo isso era um joguinho. Se fosse ela estava pronta para se render. Ele tem todo um charme que ela não sabia negar. Nunca soube negar desejos. Não gosta de sofrer, e principalmente de se arrepender. Ela sente que algo pode sair dali, algo bom e duradouro. Mas fica cada vez mais difícil ter a certeza que está fazendo o correto.

Ela queria jogar tudo para o alto. Fazer a proposta e deixar rolar. Mas ela odeia o tempo, odeia ter que esperar, antes era tão mais fácil. Porém esperar ligações, saudades, vontades e seus afins estava deixando seu estresse em um nível que ela não gostava. Ser salva não era o que queria, queria mesmo é se meter numa roubada, mas que ela tivesse a certeza que o resultado será positivo. Ele e suas palavras. Ela e seus sentimentos. Fica tão difícil ter algo sério quando você depende do tempo, das pessoas e dos seus desaparecimentos. Ela desejou fugir, fugir com ele.

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