terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sem nomes, sem regras... só o amor [4]

Os dias foram passando, as conversas foram aumentando. O sentimento dele era estranho, sempre dizendo como ela era linda, simpática. E quase todos os dias ele estava lá, na escola do seu lado, passando em sua casa, ligando no seu celular. Ela sabia pouco sobre ele, e isso começou a incomodar. Não queria ninguém sufocando-a, afinal o seu antigo amor ainda machucava, e quanto mais alguém tentava agradá-la mais sua ferida crescia, e ela não entendia como isso podia acontecer. Como alguém que a trata tão bem poderia fazer o sentimento pelo outro voltar. Ás vezes quando se beijavam ela queria que fosse o outro. Ás vezes quando ele a abraçava ela desejava que fosse outra pessoa. O sentimento era como o da repulsa, mais ao mesmo tempo ela sentia que ele era o cara. Ele é quem a faria esquecer de tudo.

Em um final de semana haveria uma festa. Algo que reunia várias pessoas da cidade, ela queria agitação. Decidiu ir a festa com suas amigas, não queria ninguém por perto. Vestiu uma blusa azul, sandalias plataforma e uma calça jeans. Tinha conversado com o garoto, contou sobre a festa, ele garantiu que não iria, pois ia fazer outras coisas. Ela não se importou, achou legal ir a festa sozinha, estavam ficando muito tempo juntos. E no momento ela não queria isso. A festa rolou entre algumas bebidas ela foi andar e sua sandalia arrebentou, era o fim da noite para ela, não podia se mexer pois era impossível andar com uma sandalia quebrada no gramado. Porém quando a madrugada foi chegando junto dela ele chegou. Ela tentava sair da multidão quando bateu de frente com ele.

Se cumprimentaram como sempre, dando o beijo clichê, ela contou sobre o ocorrido, ele na mesma hora se ofereceu para levá-la até sua casa, e ela trocaria de sapato e poderiam voltar a tempo para a festa. Foi a coisa mais simpática que alguém já havia feito por ela. Juntos sairam da festa, foram até o carro e ele fez como o prometido, levou ela em casa que trocou as sandalias por tenis e voltaram para a festa. Ela conversou e ficou junto dele, mais por um momento após algumas bebidas não queria ele ali no seu pé. Foi quando decidiu que ia dar uma volta, encontrar as amigas e que depois voltava para falar com ele. Ele aceitou, deixou ela ir como se deixa um passáro voar. Ela adorou!

Saindo se deparou com outro garoto. Um conhecido que resolveu parar para conversar. Entre a conversa ela não notou a presença do garoto novo, que ficou atrás dela com os amigos vendo ela dando mole para outro cara. Porém nada ainda tinha rolado, até o momento em que o cara pediu um beijo, ela não soube negar, achou que ninguém estava vendo. Quando o beijo começou a rolar, ela sentiu alguém cutucando seu ombro, ela parou e olhou, era ele. Ficou sem reação, apenas olhou e ele com um sinal de positivo olhou-a nos olhos e saiu andando. Resolveu não se importar, porém não sabia que ele estava de olho e quando deu o segundo beijo sentiu apenas o cheiro da cerveja e o seu líquido escorrer pelo seu rosto e o do cara que estava junto.

Quando olhou viu o garoto novo com seus amigos, um deles havia jogado o copo de cerveja nela. Inconformado por ela estar fazendo aquilo em sua frente, depois de tudo que ela tinha feito. Mas o erro dela não tinha terminado naquele instante. Resolveu consertar seu erro, porém não sabia que ia errar ainda mais. Decidiu ir falar com ele, inventou uma história horrível, misturando as pessoas e fazendo ele acreditar em uma mentira absurda. Nesse momento ele disse algumas palavras e no final pediu: "Vamos embora comigo, agora!". Ela negou o pedido, não podia ir embora com ele depois de tudo o que havia feito. Ele insistiu, ela disse que não e que ia com sua irmã, pediu para ele ir embora que logo estaria em casa também.

Ele foi, parecia decepcionado com a garota. Não tinha reação, apenas queria ela por perto e ela negando, não sabe o motivo porém o cara com quem tinha cometido tal absurdo chamou ela para ir embora. Sem pensar muito aceitou o convite, o que ela não sabia era que o garoto ainda estava lá, esperando por ela. O cara deixou ela na porta de casa, despedindo-se e sumindo para sempre da sua vida. Quando deitou a cabeça no travesseiro ela pensou no que tinha feito. Não se reconhecia. A garota conhecida por ser simpática e sincera, tinha inventado uma mentira para alguém que se quer merecia. A bebida subiu e ela não soube mais reconhecer seus pensamentos dentro da tontura que estava tomando conta dela.

No dia seguinte acordou com seu celular tocando. Era ele. Perfeito demais para desistir dela. Ele disse que sabia que ela havia ido embora com ele, mas não assumiu que estava na esquina da sua casa olhando como ela chegou na noite anterior, isso ela descobriu com o tempo. Falou estar decepcionado com ela, pois seu amigo que sempre ia embora da escola juntos falou tantas qualidades sobre aquela garota. Disse como ela era sincera, meiga, que nunca dá mancada com ninguém. Ainda completou que falta de respeito é a última coisa no seu vocabulário e nas suas atitudes. Porém ontem ele já não sabia mais se tudo isso era verdade. Deixou-a sem palavras no celular, ela apenas queria escapar dele, do cerco em quem tinha se enfiado, ela não queria ser julgada. Inventou mais uma dúzia de mentiras e desligou. Foi quando ela parou para pensar no que tinha feito. Ela era tudo aquilo que seu amigo falou dela, porém em uma noite tinha estragado tudo, e não existia um motivo para suas atitudes. Estragou toda uma reputação por bobagem. Pediu desculpa, implorou para que ele não acreditasse no que viu ontem, ia mostrar que era tudo isso que tinham falado dela. E foi o que fez nos dias que se seguiram!

[+] CONTINUA [+] - CAPÍTULO 4 - A MANCADA

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