segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sem nomes, sem regras... só o amor [1]

Ela chegou na escola como fazia todos os dias. Não penteou os cabelos, apenas preparou um coque que ficou preso naturalmente. Chegou, sentou com suas amigas e resolveu colocar o papo em dia. Entre as conversas descobriu que havia um garoto novo na escola, e segundo suas amigas ele era lindo e muito charmoso. O sinal bateu, ela foi seguindo seu caminho normal, entre tantas fofocas se perdeu nas risadas que dava sempre durante as manhãs com as amigas. Todo sinal ouvido na escola era um sinal que podiam sair da sala e passear até a chegada do próximo professor.

Ela se juntou as amigas no corredor e do outro lado, um garoto de moletom vermelho, com cara de sono, olhos verdes e sombrancelha muito bem desenhada (só ela sabia como gostava de sombrancelhas). Ela olhou mais não teve interesse nenhum no certo garoto, enquanto olhava suas amigas diziam que o menino para quem ela estava olhando era o novo aluno, mas que não sabiam sobre ele. Ela só fez o comentário que ele não era tudo isso, era feio.

Quando o sinal do intervalo tocou, ela saiu rindo como sempre. O tempo todo ela se divertia, era o seu último ano na escola, não sabia ainda o que queria da vida, ela apenas buscava sorrisos, e com as amigas da escola isso era mais do que certo. Andando pelo pátio com uma das melhores amigas ela reparou naquele dia frio que o garoto estava onde ela ficava quando estava com frio. Exposto ao sol ela pode reparar no seu cabelo volumoso e o castanho deles no sol viravam mechas loiras que ela não soube entender.

Ele estava conversando com o "amor" da vida de sua amiga. Um romance que durou poucos meses com muitas frustações da parte dela, porém ela ainda insistia. E nesse instante entre insistir sua amiga implorou para que fossem lá, e de quebra iam conhecer o tal garoto. Quando se aproximaram, o garoto ficou tímido, sem dizer nenhuma palavra ficou apenas com aquele olhar fechado da luz do sol no seu rosto. Mas ela conseguiu descobrir que ele tinha se mudado havia um tempo para a sua cidade.

Ela quando virou as costas cochichou para a amiga que ele era bonito, mas não fazia o tipo dela. Sua amiga riu e disse que ela era louca porque o garoto era muito bonito e que ela estava com problemas na vista. O tempo passou, ela ficou levando sua vida na escola como sempre levou. O tal garoto novo fez amizade com um dos seus conhecidos da escola, e em uma tarde recebeu uma proposta do amigo que dizia para ela conhecer o amigo, que ele tinha achado ela bonita (o que ela achou uma tragédia, pois na escola era quando se achava mais feia), que gostaria de conhecê-la e podiam sair juntos qualquer dia desses. Ela não pensou duas vezes e negou o pedido, ele não fazia seu tipo.

O motivo era que amava um garoto que tinha ido embora e machucado seu coração, e na escola já existia um loiro, de olhos azuis que estava disposto a dar o mundo à ela se fosse preciso. No auge da sua tristeza e solidão decidiu que daria uma segunda chance ao seu coração, dando espaço para o garoto loiro, que se declarava diversas vezes e de diversas formas. Uma coisa a incomodava nele: era infantil demais e as vezes ela não suportava as atitudes. Porém foi levando, o tempo passou e ela tentava abrir seu coração para o garoto do sorriso aberto. 

Até que um dia, no intervalo sentou para escapar do garoto que já estava ficando pegajoso com suas amigas, e olhando para o final do pátio viu o aluno novo chegando cada vez mais perto. Mais uma vez vestia um moletom vermelho, o frio o deixava mais branco que de costume, enquanto olhava sua amiga percebeu que ela estava reparando nele, e fez a única e seguinte citação: "Ele é muito bonito, você foi uma boba". Escutou as palavras e continuou com o olhar fixo naquele garoto. 

Um dia quando ia embora da escola, como sempre fazia, esperava sua irmã e mais um amigo e iam para casa. Moravam na mesma rua, porém ela morava um pouco mais a frente dele. Durante essas idas nunca tinha percebido nada de estranho, até a manhã do dia seguinte. Quando acordou, sua irmã decidiu que não iria a aula naquele dia, ela pegou seu material e começou a subir a rua reta e fria. Chegando perto da casa do seu amigo, reparou que a casa que ficava ao lado na esquina estava abrindo os portões, e foi quando viu um garoto com seu moletom vermelho sair com a mochila surrada nas costas. Na hora reconheceu o rosto do menino que tinha acabado de acordar. Como ele poderia morar a sete quadras da sua rua e ela nunca ter notado?!

Assim ela seguiu seu caminho andando atrás do garoto, sem se aproximar muito, foi até a escola com ele à sua frente, logo que chegou ele continuou andando, ela sentou ao lado das amigas e sem dizer muito, foi contando tudo o que tinha descoberto nessa manhã, e que queria conhecer o garoto de moletom vermelho, ele tinha algum mistério que ela não sabia identificar, e foi isso que a atiçou para ir além. Ninguém sabia ainda o quanto ela gostava de mistérios e de sombrancelhas bem marcadas.

[+] Continua [+] CAPÍTULO 1 - O MOLETOM VERMELHO

Um comentário:

má facincani disse...

hum essa historia assim contada
passa tanta coisa na cabeça =/
to amando

;)