Está tudo transbordando. O pote está cheio de sentimentos confusos. Sei o que me faria bem, mas tenho medo da distância. Ontem me deu uma vontade de pegar o telefone e ligar, dizer tudo o que está agarrado na minha garganta, queria voltar. Voltar como éramos, eu e você. Mas hoje essa vontade se foi, porque por acaso apareceu o sinal que eu vinha procurando nos últimos dias. Mas ele já se foi, e toda vez, no final da tarde eu lembro como era quando nos encontrávamos. O medo nunca vai me abandonar, não sei como chamar esse momento em que eu penso em você. Pode ser carência, afinal estou cheia delas dentro do coração. Acostumada a ter alguém, não me acostumo com a solidão. Ontem por acaso eu senti aquela sensação de ceder ao seu pedido do começo das férias. Mas acredito que mesmo se eu quisesse ceder sei que você não está mais me ofertando tal pedido. Os tempos são outros. Nossos olhares se cruzaram pela última vez de modo estranho, eu longe, porém perto o suficiente para ver você seguir em frente e todas as palavras que ouvi durante momentos dos nossos flash-backs se perderam nas lágrimas que soltei. As últimas que eu prometo derramar. Porém como eu disse essa vontade toda foi embora hoje, com apenas algumas letras tentadoras. O que tinha se perdido me encontrou, por alguns segundos eu voltei a pensar que nada tinha sido em vão. O crime talvez valeu a pena, eu vou arriscar. Cansei de mudar as regras do meu jogo, eu nunca ganho. Conversas me mostraram que sempre sabemos como agir, mais nosso coração não deixa. Fala mais alto, ele grita dentro de nós. Quero esconder todo esse sentimento. Tenho três peças no jogo, apenas uma eu não quero brincar, medo de machucar, e desta vez não sou eu. Prefiro me curar para conseguir tentar, é difícil e sei como dói, não desejo isso para ninguém. Hoje é o dia de parar de pensar, deixo os sentimentos chegarem sem dó, fico com mil coisas na cabeça. E é só isso que consigo expressar, hoje estou assim, amanhã não sei.
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