quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Os conceitos mudaram

Passei noites engraçadíssimas na companhia dos amigos. Foram noites regadas à bebidas, músicas, pessoas vazias e outras completas, mas escondidas. Diversão era o único motivo que guiavam as minhas noites. Nunca quis mudar isso, e deixava claro para quem quisesse ouvir. Mas o engraçado é que nunca olhei por fora, nunca quis sair desse mundo. Parece fútil? Sim, parece. Mas a vergonha é dos outros, não minha. Vivi o lado que tinha que viveciar naquele momento e conheci as pessoas que tinha que conhecer. Não existe arrependimento, existe aprendizado. Não sinto falta daquelas noites, pois tenho boas lembranças e isso basta para contar ótimas histórias. Fui, e continuo sendo, uma dessas pessoas que experimentam o mundo. Ao me render para o outro lado, descobri outras noites engraçadas e outros momentos que têm tudo a ver com o que quero viver hoje. Cheguei aos dois lados da moeda e busquei viver de maneira agradável cada um deles. No final, ambos os lados me proporcionaram alegrias. Mudar não é uma obrigação, é um momento. E aí começam os julgamentos, os medos, o aprendizado. Por que ser julgada pela entrega, pela renúncia, pela vontade de estar onde devo estar? Pela primeira vez entendo todos os argumentos, todas as mudanças e todo o processo de virar as costas para o que ontem me fazia feliz. Entendi que felicidade muda, progride, se altera para sempre trazer novas experiências. Experimento uma sensação nova: o sossego, o amor, o perdão. Ainda sou considerada muito nova e com uma bagagem pronta para ser explorada, e por isso continuo absorvendo tudo ao meu redor. Faço coisas que antes seriam impossíveis. Recuso amores por querer apenas um deles. Aprendi a ser diferente, e não pelo os outros, mas por mim. Por gostar de aprender, admiro quem quer ensinar, e isso basta para me conquistar. Leio histórias para reproduzí-las em mesa de bar, e acho esse momento magnífico. Afinal, sou eu sendo eu! Fico à vontade com pessoas, músicas e lugares tão diferentes do meu passado, mas não diferentes de mim. É um outro caminho, uma nova pessoa, mas tudo ainda está aqui. Passado, presente e futuro. Não irei negar quem eu sou, e continuarei a gostar de quem fica por saber dos defeitos e qualidades que possuo. Não serei a melhor no que faço, mas farei o possível para ser. Não vou conhecer o mundo inteiro e as suas histórias, mas me esforçarei para saber tudo, se for preciso. Sou movida pela dúvida, pelo desafio, pela vontade de ser tão perfeita quanto alguém espera. O meu ego é baseado mais no reconhecimento do que na beleza física. Adoro ser a maleável, a que absorve o mundo e não tem vergonha do que gosta. É impossível amar tudo e todos, eu sei, mas me esforçar é o melhor que posso fazer. Por isso, amei as noites regadas à bagunça e agora, amo o sossego de querer conquistar quem quer ficar. O melhor não é provar, é ser provada.

- Jana Escremin

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