Passei
noites engraçadíssimas na companhia dos amigos. Foram noites regadas à
bebidas, músicas, pessoas vazias e outras completas, mas escondidas.
Diversão era o único motivo que guiavam as minhas noites. Nunca quis
mudar isso, e deixava claro para quem quisesse ouvir. Mas o engraçado é
que nunca olhei por fora, nunca quis sair desse mundo. Parece fútil?
Sim, parece. Mas a vergonha é dos outros, não
minha. Vivi o lado que tinha que viveciar naquele momento e conheci as
pessoas que tinha que conhecer. Não existe arrependimento, existe
aprendizado. Não sinto falta daquelas noites, pois tenho boas lembranças
e isso basta para contar ótimas histórias. Fui, e continuo sendo, uma
dessas pessoas que experimentam o mundo. Ao me render para o outro lado,
descobri outras noites engraçadas e outros momentos que têm tudo a ver
com o que quero viver hoje. Cheguei aos dois lados da moeda e busquei
viver de maneira agradável cada um deles. No final, ambos os lados me
proporcionaram alegrias. Mudar não é uma obrigação, é um momento. E aí
começam os julgamentos, os medos, o aprendizado. Por que ser julgada
pela entrega, pela renúncia, pela vontade de estar onde devo estar? Pela
primeira vez entendo todos os argumentos, todas as mudanças e todo o
processo de virar as costas para o que ontem me fazia feliz. Entendi que
felicidade muda, progride, se altera para sempre trazer novas
experiências. Experimento uma sensação nova: o sossego, o amor, o
perdão. Ainda sou considerada muito nova e com uma bagagem pronta para
ser explorada, e por isso continuo absorvendo tudo ao meu redor. Faço
coisas que antes seriam impossíveis. Recuso amores por querer apenas um
deles. Aprendi a ser diferente, e não pelo os outros, mas por mim. Por
gostar de aprender, admiro quem quer ensinar, e isso basta para me
conquistar. Leio histórias para reproduzí-las em mesa de bar, e acho
esse momento magnífico. Afinal, sou eu sendo eu! Fico à vontade com
pessoas, músicas e lugares tão diferentes do meu passado, mas não
diferentes de mim. É um outro caminho, uma nova pessoa, mas tudo ainda
está aqui. Passado, presente e futuro. Não irei negar quem eu sou, e
continuarei a gostar de quem fica por saber dos defeitos e qualidades
que possuo. Não serei a melhor no que faço, mas farei o possível para
ser. Não vou conhecer o mundo inteiro e as suas histórias, mas me
esforçarei para saber tudo, se for preciso. Sou movida pela dúvida, pelo
desafio, pela vontade de ser tão perfeita quanto alguém espera. O meu
ego é baseado mais no reconhecimento do que na beleza física. Adoro ser a
maleável, a que absorve o mundo e não tem vergonha do que gosta. É
impossível amar tudo e todos, eu sei, mas me esforçar é o melhor que
posso fazer. Por isso, amei as noites regadas à bagunça e agora, amo o
sossego de querer conquistar quem quer ficar. O melhor não é provar, é
ser provada.
- Jana Escremin
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