Qual
é a beleza da coincidência entre as milhares de músicas, filmes e
livros românticos? Será que o mundo se tornou apaixonado apenas no
papel? Redigimos cartas, letras, melodias, mas esquecemos de
vivenciá-los como antigamente. Os tempos mudaram e nós também precisamos
modificar o pensamento.
Quem conseguiu aproveitar os bons tempos deve segurar, amarrar e mesmo assim ficar de olho. As coisas estão
difíceis e as pessoas estão levianas. A vida deveria ser fácil, porém o
conceito de amor não é mais aquele descrito nos dicionários. Esqueça o
que aprendeu, pois amar se tornou um ar tóxico e só quem se medica
corretamente está pronto para respirar ele.
“Afeição profunda a
outrem, a ponto de estabelecer um vínculo afetivo intenso, capaz de
doações próprias, até o sacrifício. Dedicação extrema e carinhosa.
Sentimento profundo e caloroso de atração que um sexo experimenta pelo
outro. Apego. Carinho; ternura. Cuidado; zelo.” – Isso foi o que lhe
ensinaram sobre o amor. Está escrito a fim de proporcionar calor no
coração das almas apaixonadas, mas virou uma grande mentira.
Se doar, pra quê? Pra quem? Vá dizer essas palavras para quem já amou e
teve ele descartado, traído, julgado, abandonado ou acabado. O amor não
caberia nestas linhas, pois ele ficou complexo. Ama-se aqui, olha-se
ali. Amo a modernidade, mas o que ela traz é um desejo insaciável na
grama do vizinho. Não adianta tentar fugir, o amor vai te decepcionar. E
isso é só o começo da trajetória.
Você crê, faz promessas,
arrumas as malas e vai morar no coração de alguém. Quando é despejado, o
caminho parece difícil, quase impossível de encarar, mas encaramos. O
amor se tornou uma escolha fácil e por isso é tão comum esbarrar com
campanhas publicitárias, textos de motivação, músicas e filmes que
narram nossas histórias amorosas. Acabou aqui, tem ali. Estamos vivendo
uma feira do amor. Uma feira equivocada, assim como esse meu pensamento,
eu sei.
O mundo não parou de escrever sobre tal sentimento,
só que multiplicou o número de vezes em que o "infeliz desejo" conta os
nossos casos. Quantas vezes você já leu, ouviu ou assistiu histórias que
eram tão nossas a ponto de sentir ciúmes delas?
Como o mundo pode sentir a mesma coisa que sinto, e sobreviver? Pergunta difícil.
Não importa onde você estacionou o seu burro, o que importa é que não
se fazem mais amores como antigamente. Só reconheço o amor quando vejo
compreensão e respeito. O resto é só paixão boba. Se sente amado quem é
protegido pelos poderes do respeito, do carinho, da compreensão e
divisão de uma vida a dois.
Viver de amor é ilusão, e só quem
sente a dor dele sabe como renascer e transparecer para o que está por
vir. Mesmo com tanta negatividade, eu não deixei de acreditar no poder
de um grande amor. Apenas não espero mais que ele venha no cavalo branco
e seja só meu.
Mesmo assim eu digo: acredite no amor, mas tome
muito cuidado. O mundo se perdeu nas contas online e nos olhares
desatentos. Somos presas fáceis, pois carregamos dicionários embaixo dos
braços. Carregamos um conceito antigo e ultrapassado. O amor mudou,
você também precisa mudar.
Deixo aqui o meu conselho: carregue
a si mesmo onde quer que vá, esteja com pessoas de bom coração ao seu
redor, não seja testemunha do "pouco amor". Se entregue com cautela. Nós
sabemos quem é de verdade, pois o coração sempre diz, basta você olhar
abertamente e aceitar suas opiniões. Ele sempre acerta, não importa o
que você pense que pode mudar.
Se alguém colocar obstáculos no
seu caminho para o amor, bom... A resposta já está dada! O amor deixa
os sinais, nós quem devemos enxergá-los. Obstáculos é a vida quem
coloca, não as pessoas por quem nos apaixonamos.
- Jana Escremin
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