quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Talvez eu devesse esquecer o amor

Conforme as semanas passam, mais me sinto trouxa. Agora entendo e vejo que essas moças, que vieram mais rápido do que o seu chute e surgiram do nada, fazem todo o sentido. Elas apareceram antes mesmo que eu fosse mandada embora da sua vida. Ao meu lado você conheceu elas. Ao meu lado você quis elas. Ao meu lado você cultivou elas. Ao meu lado você ganhou elas. Mas que pena, elas também estavam em outros relacionamentos. Porém em algum momento vocês se deletaram, talvez fosse aquele instante entre eu ir dormir em seus braços e confiar que você era só meu. Sabe-se lá o por quê, mas você mentiu para mim, mentiu para nós. E bastou elas mudarem o status que você chutou todas as chances comigo, correndo na direção delas. Elas que não te conhecem, não sabem o que você é e o que causa nas pessoas. Coincidência ou essa história já aconteceu antes com a gente: eu, você e outras pessoas despertando a sua vontade no esconderijo que é essa rede social? Quanto clichê para uma história só. E eu pensando que havia lhe perdido para a chatice cultivada por você, claro. Tão previsível. Como não pude enxergar os seus passos, as suas mentiras, os seus olhares? Tão infantil que mal soube guardar o que tem dentro das calças. Doce ilusão essa de bastar apenas para o início dos seus romances. Não sei em que momento você quis repetir essa história chata, sem respeito e calculada friamente. Logo eu que tinha tanto para dar. Você criticou o meu ciúme, mas vejam só! Sempre indo atrás delas, sempre com um olho no peixe o outro no gato. Me fez acreditar que eu não era capaz de lhe segurar, de lhe dar amor, de mostrar o quanto valíamos a pena. Agora me diz qual mulher não enlouqueceria? Qual mulher não desconfiaria quando o histórico grita traições e trocas de romances aleatórias? Agora vejo as provas e sei que nunca estive errada ao seu respeito, eu estava errada ao meu. Eu era capaz de muita coisa, mas com você não existe esse espaço entre se doar e ser o homem de uma mulher só, que pena. Quanto mais os dias passam, mais você se torna comum. Sabe o “galinha” da balada? Pois é, a carapuça que você critica para parecer interessante combina com o seu rosto e principalmente com as suas atitudes. Claro que ainda dói, mas dói o tempo que desperdicei amando alguém que sempre esteve de olho mais no lado de lá do que do lado de cá. Elas podem ser a sua novidade, podem ser o que hoje desperta o seu olhar. Podem até mesmo ser o encaixe no meio da noite. Mas você nunca será, pois não se permite ser, eu sei disso. Você seguirá de olho na nova funcionária, na moça parada do lado de fora do carro, na mesa cheia de garotas no bar. Você sempre será o superficial do superficial. Te fiz especial porque realmente foi, mas especial por quê? Alguém que trai, mente e que ilude não merece tanto. Te amar não foi um erro, pois só erra quem não sabe dar amor. Especial foi o meu amor, não o seu descaso. Te amar foi aprendizado, pois lhe vejo com elas e apenas concluo que de opinião você só tem a cara. Sem escolha, sem critério, basta ser mulher. Como é triste lembrar você criticando os lugares e as pessoas que vivem de dependências. Agora te encontro neles, tão perdido quanto eu. Você é dependente de você. Dependente de uma satisfação pessoal que não gera respeito com o próximo. Viverá estampado como vitrine solitária e por mais que isso tenha lhe bastado nos últimos anos, você sabe que vai machucar cada mulher que passar por você, como fez comigo. Vai descartá-las como papel no lixo. Sabe por quê? Porque você não conhece o valor das pessoas, não reconhece a luta delas para estar ao seu lado depois de receber tantos perdões. Posso ter ficado mais trouxa a partir do momento em que descobri coisas a seu respeito enquanto estávamos juntos, mas dessa doença eu não morro. Como já suspeitava você nasceu morto para qualquer mulher que esbarre no seu caminho, e isso pode não parecer triste pois é cheio de si, mas se analisar bem, é. Ficar do seu lado teve os seus momentos bons, mas descobrir quem você é e o que fez pelas minhas costas é aprendizado que dói, mas fortalece.

- Jana Escremin

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