terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Está no sangue

Talvez eu tenha puxado o lado romântico por causa da minha família. A minha mãe sei que será uma eterna apaixonada, mesmo que hoje não transpareça. Sobre o meu pai sei dizer pouca coisa. Não me lembro de como era o seu jeito de amar pois não tive tempo de descobrir. Um dia me disseram que as mulheres procuram nos homens o nosso próprio pai, mesmo que involuntariamente. Assumo que isso doeu, fiz piada, sorri e fiquei pensando que talvez eu só seja essa confusão por não ter conhecido a essência do amor dele. Enfim, esse é um ditado que nunca poderei provar se é verdadeiro ou não. Conheci muito pouco dele e por isso acredito que herdei esse sentimento em excesso da minha mãe. Eu procuro o amor por aí, procuro quem me procura, procuro sem procurar, procuro com medo, procuro sem me espelhar, procuro com orgulho, procuro com sentimento. Levo minha vida sem aquele desespero que muitas garotas carregam, até porque sou nova demais para isso. Mas um dia quero ser a procura ou o encontro de alguém, óbvio! A única coisa que sei é que corre no meu sangue uma dose pesada de romantismo, e mesmo que eu nunca vá descobrir qual lado da família fez isso acontecer, sei que alguém tem culpa por eu ser quem eu sou. De qualquer maneira posso não conhecer a maneira como o meu pai amava, mas sei que ele amava de algum jeito e que amou até o seu último minuto e isso é o suficiente para eu querer encontrar ele em outra pessoa algum dia. Não irei descobrir de quem é a culpa por me tornar a moça que se encanta com qualquer sorriso idiota que passa pela minha janela. Não culparei ninguém porque mesmo depois de todos os tombos e desilusões sei que está na minha essência sempre acreditar mais uma vez e sempre apostar a favor desse sentimento. Eu não preciso de um modelo de homem para encontrar quem completará a confusão que eu sou. Posso ter perdido o exemplo que poderia me guiar na busca pela tampa da minha panela e é óbvio que isso tornariam as coisas mais claras. Por mais que todos os dias eu pergunte como seria a minha vida se ninguém tivesse partido, sei que algumas coisas estão traçadas e que a minha busca também está. Ela é confusa e cheia de arranhões, e um dia ela servirá para alguma coisa.

- Jana Escremin

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