Nasce
todo dia uma esperança, um conforto, um agito contido. Todos os dias
escapo de pegadinhas que podem machucar. Sou desligada demais e não
aprendi a usar as palavras. Minha concordância verbal é extremamente
desajustada e os meus textos levam tanto sentimento que esqueço as
regras ou as inúmeras aulas de português. A minha esperança é ter esse
sonho que fica aqui martelando e não deixá-lo escapar.
Todo mundo diz que minha paciência é invejável, que no meu lugar tudo
já teria ido ou ficado de uma vez por todas. Só que eu espero! Pode ser
medo, pode ser insegurança, pode ser qualquer coisa. Prefiro esperar,
meu jeito é mais parecido com aquele plantar para colher. Não quero mais
brincar de amores. Estou na zona de conforto e por enquanto está tudo
bem. Mesmo que queira tudo e quero agora! Tenho azar com grandes
atitudes e ninguém nunca está pronto para mim, então deixo que se
preparem. O tempo toma conta e se não for, ele dará um jeito de entregar
o aviso antes que meu mundo caia em mil pedaços. Assumo que apesar da
paciência, venho cansando das mesmas fugas, palavras e histórias. Torço
por um momento de insanidade, um momento de descoberta. Torço por saber
mais do que meus olhos julgam. Sou péssima para julgar qualquer coisa
que envolva minha vida. Tudo é para o lado negro da força, tudo é para
não dar certo. Meus olhos enxergam o bonito, mas estão proibidos de se
encantar até que alguma certeza caia do céu. Finalmente sei o que quero e
sei que isso não é uma luta. Não adianta dizer que o que faço é lento,
chato e não vai me levar a lugar algum. Tenho alguns defeitos que
preservam meu coração, e um deles é sempre deixar que o outro esteja
preparado, que a certeza exista e que eu saiba o que fazer com ela.
- Jana Escremin
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