E lá se vai mais uma vez aquela vontade que
carrego. Sempre tive gosto pelas coisas impossíveis, mas também sempre
deixei de lado o que me tira a vontade com tanta facilidade. Gosto do
"tentar" e evito confundir os meus sentimentos. Precisar,
gostar e amar são coisas diferentes, porém muito confusas. Nem sempre
quando preciso de uma pessoa, significa que amo ela. Nem sempre quando
gosto, preciso. E assim vai. Você é daquele tipo que eu nunca sei o que
quero. A gente se apagou, se deletou, se esqueceu. Optamos por outros
caminhos, outras aventuras, outros amores. Nunca precisei de você, mas
de alguma maneira quando você surge no meu dia a dia milhões de
perguntas pairam no ar. Mas é que você tem aquele papo de novela que não
entendo e não nos leva a lugar algum. Seu papo sempre afastou e
esfriou. É do tipo "presente de ausência", levando todas as minhas
vontades a um nível abaixo de zero. Você me criou como um objeto de
estante e eu só sei disso porque teve as suas chances para me tirar de
lá. Recusou todas e justificou cada uma delas. Assumo que no início foi
divertido, até porque a esperança é a última que morre. Mas você me
conhece e sabe como enjoo do que não me tira do chão. Meu desejo nunca
foi completo e de repente você jogava uma água tão fria que no final
quem esfriou fui eu. Tive vontade de você, vontade de aprofundar, de me
iludir, de me divertir. No entanto, vontade não se alimenta sozinha.
Nunca saberei se precisei, gostei ou amei. Minha vontade necessita de
pílulas diárias de interesse, e nesse quesito você nunca soube preencher
os buracos. É como se viesse para a festa com uma pá nas mãos, e acabou
sujo sem saber como tudo isso funciona. Lá se foi mais uma vez minhas
vontades e minha esperança. Lá se foi você sem nada a acrescentar.
- Jana Escremin
Nenhum comentário:
Postar um comentário