Conheci
uma garota que se apaixonou por um dos meus amigos. Estava tudo indo
muito bem e o caminho sendo traçado para nascer um amor. Porém quando
tudo parecia estar dando certo o meu amigo fugiu e fingiu que nada tinha
acontecido, só que já era tarde demais. Ela estava apaixonada. O meu
amigo se defende e diz que não quer machucá-la, que talvez não é a hora,
que não está pronto e blá blá blá. Mas
quando pensei nela acabei percebendo que ela não tem escolha, assim como
eu. E foi durante uma conversa entre eu e o meu amigo que percebi
porque quero tanto que ele a queira ou que pelo menos tente não
machucá-la. Assim como eu, ela está esperando e não se importa, não se
entristece com as decisões amorosas que chegam na sua vida. Só que ela
também não é de ferro. Tem coração, quer ser amada, espera por algo que
não tem certeza e acima de tudo não quer ser trocada. Ela não quer
alguém que pense tanto nela a ponto de não querê-la. Eu e ela aprendemos
a amar diferente, e digamos que isso envolve uma grande escolha,
atitude ou surpresa. Enquanto ele me contava sobre os seus medos, eu
tentava explicar como os nossos eram piores. A decisão era dele e se o
sentimento cresceu é porque ele plantou alguma coisa, mesmo que quem
tenha regado toda essa esperança seja ela. O fato é que entendo ela, e
mesmo que meu amigo esteja respeitando os seus sentimentos, ela não sabe
se fica, se foge, se espera, se abraça, se procura, se esquece. Ela mal
sabe o que fazer e não saber o que fazer é complicado. Ele procura por
ela e deixa tudo mais colorido, mais divertido, mais esperançoso. Mas
até onde ela aguenta? Até onde ela pode esperar? É impressionante como
nós temos a capacidade de entregar nosso destino na mão de outra pessoa e
achar que estamos prontos para a decisão final. Assim como eu ela nunca
estará pronta, não quer viver essa situação e não espera grandes
eventos e aí me pergunto o por que de tudo isso? Por que simplesmente
não dar a chance a quem tanto espera? Por que viver com base em palavras
se a vida é mais divertida olho no olho? Hoje o meu amigo perguntou o
que fazer e assim como ela só pedi que ele fosse sincero e que se
existir um pingo de sentimento que tentasse acima de tudo retribuir.
Expliquei como penso, e que nós só podemos falar sobre o que vivemos.
Nossa vida não é baseada em medos e sim em momentos realmente vividos.
Talvez seja a minha resposta que complica tudo, mas a gente só quer
viver custe o que custar.
- Jana Escremin
- Jana Escremin
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