segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Medo de amar

Pela primeira vez assumi meu medo. Contei para as pessoas tudo o que estou prestes a enfrentar e como isso me assusta. Não era uma novidade para elas, meu medo sempre foi exposto, mas eu o recusava. Até porque, onde já se viu uma garota de 22 anos ter medo de amar? Nunca havia dito isso com todas as letras, mas dessa vez eu estou assumindo-o. Meu medo é errar, não saber o que dizer, não saber como suprir, não saber como reagir. Mesmo que digam que uma hora as coisas precisam acontecer não me sinto pronta para outro tombo. Eu espero demais das pessoas, sou louca e tenho a capacidade de amar fora do normal. Evito controlar tudo nesta vida, mas quando se trata de sentimento sou ferro e fogo comigo mesmo. Escapo por linhas e desabafo escrevendo porque esse é o único jeito de falar e ainda assim continuar protegida do mundo. Xingo meio mundo de covarde para descobrir que sou a maior delas. Dessa vez eu assumo o medo que despertou esses sentimentos e não me sinto normal. É como se eu pudesse perder uma parte de mim, como se eu fosse descobrir o monstro que escondi tão bem. Errei muito em parar de me envolver, pois agora não sei como fazer. Sou grossa, chata, emburrada, legal, engraçada, risonha, apaixonada, cansada, desencantada, encantada. E tudo isso acontece em menos de 1 segundo. Acordo de um jeito e vou dormir de outro. Estou oscilando e parece que meu mundo não vale mais nada. Tenho medo de me envolver e sinto raiva de qualquer investigação que meu lado curioso insiste em encontrar. Sou um silêncio que grita de medo. Sou segura sem estar segura, e isso me apavora porque eu não sei o que sou. Gosto de ter certeza das coisas e principalmente controle delas. Quando não tenho fico sonhando e criando os medos e as histórias que nem devem existir. Uma amiga citou algo curioso sobre mim, ela disse que eu sou a minha própria confusão, e enxergo só paranoias com as suposições que faço. Confundo eu, confundo vocês, mas o que fica é o medo do que não conheço e mais uma vez uso palavras de outra pessoa para resumir as minhas: "A confusão é mais sua do que a verdade disso tudo".

- Jana Escremin

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