Somos opostos e isso é o que mais incomoda. Sou a certa dele, mas ele é meu errado, pois exijo demais das pessoas e dos seus sentimentos. Ele é seguro demais para a minha insegurança. Ele é um ponto de interrogação bem no meio do coração, e a minha vontade é gritar logo que amo ele para saber se ele vai ou se fica de uma vez por todas. Me conformei a não ser dele, mas não aceito ser só mais uma dessas relíquias tristes que ele deixa em banho maria. Ele faz questão de gritar a sua liberdade, os seus sonhos e o seu desejo em não ter ninguém atrapalhando seus passos. Mas eu sou atrapalhada e nunca deixaria ele viver tão livremente se não fosse comigo.
Ele não entende que no jeito todo misterioso e despojado dele me encontrei. Eu não entendo porque de uma hora para a outra virei uma escolha entre tantas. A gente não se entende. Colocamos um limite e está proibido falar de sentimento. Ele me mata aos poucos e acaba com cada gota de interesse que tentei alimentar. Toda vez que o meu peito inflou de esperança, ele jogou um balde de água fria para lembrar quem ele é e o que ele quer. Tarde demais. Enquanto não faço parte do dia a dia dele, ele já completou os meus. Nos meus planos vejo ele, mas no dele não me vejo. Eu carrego um orgulho que nem ele é capaz de tirar, ele acha que sou boba, infantil e sem motivo para tanto drama. Sou drama e ele é realidade. Somos água e óleo.
Ele me provoca só para saber se ainda sinto algo por ele, e o meu amor não disfarça. Enquanto meu coração pulsa, o dele congela. Enquanto o meu cérebro fixa nossos momentos, o dele não tem espaço para romances alheios. Nada pode atrapalhar o seu caminho, nem mesmo a romântica sem causa que sou. Ele nunca será quem sonhei e eu nunca vou aceitar ser o que ele quer. É demais para mim, é demais para ele. Então a gente finge que se entende, mas no meu peito dói e no dele uma borracha passa sem deixar sinais do meu nome.
- Jana Escremin
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