Lá
estávamos nós mais uma vez falando sobre amor. A gente não cansa e não
deixa de acreditar. Mesmo com tanta balada. Mesmo com tanta bebida.
Mesmo com tanta gente vazia. Mesmo com tanta enganação. Mesmo com a
esperança perdida, nós ainda conseguimos nos emocionar quando alguém tem
coragem de esbanjar o seu amor. Não dá para começar um assunto desses
com quem acredita mais do que eu no amor. Uma o
vive, a outra o busca e se o destino não me provasse o quanto vale a
pena esperar, talvez eu fosse mais pé no chão. Lembro que a conversa
tinha um pouco de “não namore”, “não dá para viver assim”, “amo, mas não
sei se agora é a hora”, “desse jeito você nunca vai encontrar ninguém”,
“tem que se contentar com o básico”, até que a última frase deixou o
destino falar por si só. “Em algum canto desse mundo tem alguém sem medo
de mostrar o que sente esperando por nós”. E assim, no meio de tanta
gente, em um bar qualquer e com uma música que faz você querer cantar
para qualquer pessoa, o cantor desceu do palco e foi encontrar com uma
garota. A música dizia alguma coisa sobre não querer mais ninguém além
dela e etc. Impressiona quem ainda tem coragem de se assumir assim, sem
se importar com o vazio, fazendo questão de preenchê-lo na frente de
todo mundo. Parecia que o destino queria contar uma história para duas
apaixonadas que discutiam sobre o amor, e ele conseguiu. Houve
declaração, música, beijo, abraço, vergonha e amor. Naquela hora as duas
apaixonadas se olharam com o olho brilhando e a única coisa que
disseram foi: “É por esse tipo de coisa que eu vivo”. A noite continuou,
o clima acabou, a vida seguiu. Quando tudo parecia perdido e
inaceitável, alguém do mundo dos corajosos voltou para provar o quanto
vale a pena amar. E é por causa disso que acredito em atitude e paixão.
Quem não tem medo não deixa dúvidas e hoje com tanta balada, tanta
bebida, tanta festa, o amor tem que se mostrar. Do contrário vira só um
passatempo para duas pessoas que se cansaram da liberdade. Eu sou livre e
só opto por isso porque não quero um caso por acaso. Quando a gente ama
(e o que vou dizer vai parecer clichê), a gente não pensa. A gente vai e
faz, sem medo ou dúvidas. É assim que se ama hoje, e mesmo que seja
difícil de encontrar, sei que ontem tive uma prova de que talvez valha a
pena todos esses textos e todas essas conversas de bar. No final a
gente quer algo grande e histórico para contar, e infelizmente nascemos
apaixonadas. O mundo pode endurecer que a gente vai continuar a amar e a
ser amada, não tem conserto.
- Jana Escremin
Nenhum comentário:
Postar um comentário