segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Papo de luluzinha

Lá estávamos nós mais uma vez falando sobre amor. A gente não cansa e não deixa de acreditar. Mesmo com tanta balada. Mesmo com tanta bebida. Mesmo com tanta gente vazia. Mesmo com tanta enganação. Mesmo com a esperança perdida, nós ainda conseguimos nos emocionar quando alguém tem coragem de esbanjar o seu amor. Não dá para começar um assunto desses com quem acredita mais do que eu no amor. Uma o vive, a outra o busca e se o destino não me provasse o quanto vale a pena esperar, talvez eu fosse mais pé no chão. Lembro que a conversa tinha um pouco de “não namore”, “não dá para viver assim”, “amo, mas não sei se agora é a hora”, “desse jeito você nunca vai encontrar ninguém”, “tem que se contentar com o básico”, até que a última frase deixou o destino falar por si só. “Em algum canto desse mundo tem alguém sem medo de mostrar o que sente esperando por nós”. E assim, no meio de tanta gente, em um bar qualquer e com uma música que faz você querer cantar para qualquer pessoa, o cantor desceu do palco e foi encontrar com uma garota. A música dizia alguma coisa sobre não querer mais ninguém além dela e etc. Impressiona quem ainda tem coragem de se assumir assim, sem se importar com o vazio, fazendo questão de preenchê-lo na frente de todo mundo. Parecia que o destino queria contar uma história para duas apaixonadas que discutiam sobre o amor, e ele conseguiu. Houve declaração, música, beijo, abraço, vergonha e amor. Naquela hora as duas apaixonadas se olharam com o olho brilhando e a única coisa que disseram foi: “É por esse tipo de coisa que eu vivo”. A noite continuou, o clima acabou, a vida seguiu. Quando tudo parecia perdido e inaceitável, alguém do mundo dos corajosos voltou para provar o quanto vale a pena amar. E é por causa disso que acredito em atitude e paixão. Quem não tem medo não deixa dúvidas e hoje com tanta balada, tanta bebida, tanta festa, o amor tem que se mostrar. Do contrário vira só um passatempo para duas pessoas que se cansaram da liberdade. Eu sou livre e só opto por isso porque não quero um caso por acaso. Quando a gente ama (e o que vou dizer vai parecer clichê), a gente não pensa. A gente vai e faz, sem medo ou dúvidas. É assim que se ama hoje, e mesmo que seja difícil de encontrar, sei que ontem tive uma prova de que talvez valha a pena todos esses textos e todas essas conversas de bar. No final a gente quer algo grande e histórico para contar, e infelizmente nascemos apaixonadas. O mundo pode endurecer que a gente vai continuar a amar e a ser amada, não tem conserto.

- Jana Escremin

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